Estacionar na ciclofaixa da rodovia Arthur Bernardes, em Belém, gera mais de 60 autuações em 6 meses

Semob garante que que mantém fiscalização regular; carretas e caminhões estacionados na ciclofaixa representam riscos diários aos ciclistas

Dilson Pimentel

De janeiro a junho de 2024, foram lavradas 65 autuações por estacionamento na ciclofaixa da avenida Arthur Bernardes, em Belém. De janeiro a dezembro do ano passado, foram lavradas 41 multas pelo mesmo motivo. As informações são da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém.

image Em 2024, de janeiro a junho, Semob já lavrou 65 autuações por estacionamento na ciclofaixa da Arthur Bernardes (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

A Semob diz que que mantém fiscalização regular com agentes de trânsito em rondas diárias na cidade, principalmente nos corredores com faixas exclusivas para ciclista, além de blitz com o apoio do guincho e da fiscalização eletrônica, com radares e câmeras de videomonitoramento, para coibir infrações de trânsito na cidade e garantir a segurança viária. Mediante flagrante de infração de trânsito, os agentes da Semob aplicam a devida autuação.

E, como resultado dessa fiscalização, é que essas multas foram lavradas. A Semob também esclarece que o aumento de autuações se dá em função da intensificação da fiscalização na referida avenida.

A autarquia acrescenta que, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), estacionar o veículo sobre a ciclofaixa/ciclovia corresponde a infração grave, conforme o artigo 181, inciso VIII do CTB, sujeito a aplicação de multa no valor de R$ 195,23 e 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

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image Márcio Nunes: "As empresas poderiam dar um espaço para essas carretas estacionarem" (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

Carretas e caminhões prejudicam ciclistas na Arthur Bernardes

As carretas e caminhões estacionados na ciclofaixa da avenida Arthur Bernardes, no bairro do Telégrafo, representam um risco constante de acidentes para os ciclistas. Quem usa bicicleta para se deslocar para o trabalho precisa redobrar os cuidados nesse trecho da avenida, que, diariamente, registra um fluxo intenso de veículos.

O ciclista Márcio Nunes, 44, pedala pelo local há três anos. “Eu conferi no dedo: já escapei (de sofrer acidente) seis vezes. É muito perigoso para o ciclista”, contou. “Uma vez eu bati boca com um carreteiro aí e ele pegou uma barra de ferro para brigar comigo. Quer dizer: ele achou que estava certo e eu, errado”, disse. “As empresas poderiam dar um espaço para essas carretas estacionarem. E olha que estamos no período de férias, quando diminuiu o fluxo de veículos na cidade. Imagina quando passarem as férias”, afirmou.

Márcio observou que providências energéticas só serão adotadas quando houver um acidente com morte. E que as empresas poderiam dar um espaço para essas carretas estacionarem. Ainda segundo ele, a fiscalização é “fraca”.

O também ciclista Raimundo Silva, autônomo de 68 anos, passa todo dia no trecho onde ficam esses veículos pesados. “Atrapalha a gente porque corre o risco de ter um acidente”, afirmou. Como a ciclovia está ocupada irregularmente, os ciclistas têm que desviar e ir para a pista. “E corre o risco da gente ser batido por um carro”, contou. Para não ser atropelado, Raimundo disse que redobra os cuidados ao pedalar naquele perímetro: “Procuro-me 'livrar' o máximo possível para não ter acidente”. Ele também disse que é preciso ter uma fiscalização mais constante para coibir essa irregularidade.

image Edilson Silva: "Só vão parar (de estacionar na ciclofaixa) quando tiver uma morte aqui" (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

 

O pedreiro Edilson Silva Lima, 57, disse que disse que diariamente, há dois anos e seis meses, passa pela avenida. “Ô, meu irmão, essas carretas atrapalham demais. Eu sempre falo para os meus amigos: só vão parar (de estacionar na ciclovia) quando tiver uma morte aqui. É muito complicado”, afirmou. “Eu penso assim: será que essas empresas não têm uma área para botar essas carretas aí?. A gente fica passando no meio dos carros”, contou.

A saída, disse, é empurrar a bicicleta pela calçada e, mais adiante, seguir o caminho normalmente para a casa dele. Pedindo para não ser identificado, o motorista de um caminhão, de 52 anos e cujo veículo estava estacionado na ciclofaixa, disse que esse é um “problema antigo”. Segundo ele, a empresa para qual trabalha, assim como outras, não têm estrutura para colocar os veículos pesados em um pátio. “Por isso a gente coloca na ciclovia. Não tem outro jeito”, afirmou ele, que transporta combustível.

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