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Círio 2024: corda que será usada nas procissões já está em Belém

Ela permanecerá guardada na Estação Luciano Brambilla, até o dia da vistoria pela Diretoria da Festa, em 28 de setembro.

Dilson Pimentel e Lucas Quirino
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Vinda do município de Castanhal, onde foi produzida, a corda que será usada no Círio 2024 chegou a Belém por volta de 12h, nesta quarta-feira (4/9), na Estação Padre Luciano Brambilla (antiga Estação dos Carros), no estacionamento da Basílica Santuário, no Centro Social de Nazaré. Antes da chegada, guardas de Nazaré fizeram orações. 

A primeira cerimônia de entrega da corda foi realizada, mais cedo, em Castanhal. Agora, a corda vai ficar guardada na Estação Luciano Brambilla até o dia da vistoria, pela Diretoria da Festa de Nazaré, em 28 de setembro.

Um dos maiores ícones da festividade, a corda do Círio passou a ser feita integralmente no Pará a partir de 2023, para ser usada nas duas maiores e mais tradicionais procissões, o Círio e a Trasladação. E novamente este ano a corda será produzida aqui, doada pela empresa Castanhal Companhia Têxtil (CTC) à DFN.

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"O Círio está na porta", diz diretor de Procissões

“É uma emoção muito grande. É como se diz: o Círio está na porta”, afirmou, nesta quarta-feira (4), o diretor de Procissões da Diretoria da Festa de Nazaré, Antônio Sousa. Ele deu a declaração à imprensa logo após a chegada, em Belém, da corda que será usada no Círio 2024.

A primeira cerimônia de entrega da corda ocorreu, mais cedo, em Castanhal, de onde foi trazida para a capital paraense, chegando no Centro Social de Nazaré por volta das 12 horas. Pelo segundo ano seguido, a corda foi totalmente produzida no Pará, sendo doada pela empresa Castanhal Companhia Têxtil (CTC) à Diretoria da Festa de Nazaré (DFN).

A corda tem 800 metros de comprimento e será usada nas duas maiores e mais tradicionais procissões - Trasladação e Círio. O diretor Antônio Sousa disse que a chegada da corda representa um “alívio”. “É um passo a mais. É um ícone muito forte. A gente é muito cobrado pelos promesseiros para que a corda esteja em Belém. Já está aqui um produto que as pessoas mais querem tocar e pagar suas promessas”, disse.
Este ano foi corrigida uma falha detectada em 2023. “Nós temos as argolas que ficam nas pontas das cordas e são atracadas nas estações. E nós detectamos que esses nós, feitos inadequadamente, foram rompendo durante a pressão do povo, na hora da puxada. Então esse ano a gente fez um nó um pouco mais resistente para evitar esses problemas”, afirmou.

Agora, a corda vai ficar guardada na Estação Luciano Brambilla, no Centro Social de Nazaré, até o dia da inspeção, feita pela Diretoria da Festa de Nazaré, em 28 de setembro. “E, depois, as cordas vão para os locais onde ficarão fixas. A que será usada no Círio ficará exposta na Estação das Docas e a da Trasladação, aqui. Isso até o dia da procissão”, disse.

A corda significa união, diz padre

O padre Josué Bosco, vigário da Basílica Santuário, abençoou a corda. “A corda significa união. O povo que, em uma única fé, se torna uma família só. É o que Jesus Cristo nos ensina: através da nossa fé, nós somos uma única família”, disse. “E temos como aquela que nos ajuda a manter unidos Nossa Senhora de Nazaré. Não é Deus que vai ao encontro do povo de Deus. Somos nós que temos que ir ao encontro dele. Por isso, puxamos a fé para todos nós”, afirmou.

O universitário Waldo Ferreira da Silva, 22 anos, acompanhou a chegada da corda. “Todo ano, com o Círio, a fé se renova no coração das pessoas. Por isso, o Círio não pode ser vivido só em outubro. O Círio, como diz a própria origem da palavra, é uma vela grande. Ele precisa ser o ano inteiro vivido, porque essa chama da vida não pode se apagar. É a chama do Espírito Santo”, afirmou.

Um novo protótipo, do mesmo material utilizado ano passado, malva e juta, foi produzido pela CTC e testado e aprovado pela DFN. “Temos uma corda com atracações das argolas mais resistentes que a do ano passado. São essas argolas que são presas nas estações e onde se concentra a maior força. Tivemos o cuidado de tomar todas as providências para que os incidentes ocorridos ano passado não se repitam. É natural que esta corda, feita de um material diferente do sisal, utilizado durante muitos anos, seja aprimorada a cada ano, para se chegar a uma ideal para as duas procissões. E esperamos que com as mudanças deste ano ela esteja mais apropriada”, ressaltou o diretor de procissões, Antônio Sousa.

A corda utilizada nas procissões tem 800 metros de comprimento com partes de 400 metros, para cada romaria, e tem 60 milímetros de diâmetro.  Ela já vem adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romarias.

Foto: Igor Mota / O Liberal

Revisão da corda

Já no dia 28 de setembro, a partir das 15h, a Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) e a Guarda de Nazaré realizam uma revisão geral na Corda do Círio. A vistoria, que será realizada no colégio Santa Catarina de Sena, em Nazaré, visa checar detalhes do ícone da festa de Nazaré como argolas, nós e estações, além da medição dos 800 metros da corda, para saber se estão em perfeitas condições. Após este momento, a corda utilizada na Trasladação ficará em exposição na Estação Luciano Brambilla e a corda do Círio ficará em exposição na Estação das Docas, até o dia das procissões.

Como é feita a corda do Círio

A corda utilizada no Círio e na Trasladação até 2022 era feita de sisal, uma fibra vegetal muito dura e resistente, e era produzida em Santa Catarina. Nesta nova proposta da CTC, a corda foi produzida por uma composição de fibras de malva, em sua maioria, e juta, todas elas, plantadas e cultivadas na região Amazônica. Esta nova composição fica mais macia ao toque das mãos, pela presença da malva, sem, no entanto, perder resistência, em razão dos fios de juta. Quanto ao seu processo de transformação em fios, são muitos os estágios de fabricação, desde a colheita, realizada por diversas comunidades que fornecem o material à CTC, até a produção final.

Histórico 

A corda passou a fazer parte do Círio em 1885, quando uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la. Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis puxassem a berlinda. Desde então, foi incorporada às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis.

Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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