Em 2021, 135 crianças foram internadas, no Hospital Metropolitano, vítimas de acidentes de trânsito
As crianças vítimas de acidentes automobilísticos podem ficar de 10 a 12 dias internadas
Em 2020, 145 crianças, de 0 a 12 anos, foram internadas vítimas de acidentes de trânsito no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE). Em 2021, foram 135 pacientes dessa faixa etária. E, nos dois primeiros meses de 2022, 13. Esses dados foram divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do HMUE.
A médica e diretora técnica do Hospital Metropolitano, Renata Alves, disse que, em acidentes de trânsito, as lesões podem ser várias, desde uma torção ao politraumatismo, com grande chance de internação. As crianças vítimas de acidentes automobilísticos podem ficar de 10 a 12 dias internadas. “Quando nos referimos a internações de crianças, há um desafio muito grande em tornar o período da internação o melhor possível. Esse é o desafio abraçado por toda a equipe do Hospital Metropolitano, no sentido de ter atividades lúdicas, com atividades e abordagem para com que esse momento seja o mais ameno possível”, disse.
Ela acrescentou que, no Hospital Metropolitano, acompanhantes e pacientes são acompanhados por um time de psicólogos engajados em minimizar o sofrimento psicológicos trazido após o acidente que, com certeza, podem ser variados com sentimentos que envolvem medo, angústia e afastamento da rotina diária. As atividades lúdicas realizadas cooperam para que esse momento de internação seja o mais leve possível e que as crianças permaneçam no tratamento. “Obviamente, estar em um hospital não reflete a realidade perfeita para uma criança. Por isso, insistimos com campanhas de conscientização e prevenção de acidentes, não só de trânsito, mas de queimaduras, de acidentes domésticos e outros potencialmente prejudiciais”, afirmou a médica Renata Alves.
Campanhas educativas do Detran alertam população sobre riscos de acidentes
Desde 2019, o Departamento de Trânsito do Estado vem reforçando as campanhas educativas com a finalidade de alertar a população de todo o estado sobre os principais fatores de risco de acidentes e mortes nas rodovias estaduais. As campanhas educativas acompanham as operações de fiscalização regulares em feriados e datas comemorativas, como, por exemplo, Carnaval e Semana Santa. São períodos em que aumenta a circulação de veículos e pessoas nas rodovias.
O Detran informou ainda que investe em Curso de Agentes Multiplicadores em Educação para o Trânsito, que tem entre o público-alvo crianças até 12 anos de idade e jovens de diversos bairros da Região Metropolitana de Belém. Outra ação voltada para o público infanto-juvenil é o projeto Detran nas Escolas, cujo objetivo é levar ações educativas de trânsito para o ambiente escolar.
Público infantil é um dos grupos mais vulneráveis aos sinistros de trânsito no Brasil
Presidente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Antonio Meira Júnior disse que o público infantil é um dos grupos mais vulneráveis aos sinistros de trânsito no Brasil e exige um cuidado especial nas ruas e estradas. “Os dados que você apresenta são coerentes com estudo que a Abramet divulgou em 2021 mostrando o aumento de sinistros de trânsito envolvendo crianças.
Esses números são preocupantes e reforçam a nossa percepção de que a segurança das crianças e adolescentes depende da conscientização de todos nós. "Na nossa avaliação, sinistros como atropelamentos, na sua maioria, não são acidentais, e sim, resultados da falta de cuidado seja por parte de condutores, seja por parte de pais e responsáveis. Cuidar bem das nossas crianças, e protegê-las, é cuidar bem do futuro do nosso país”, diz.
Ele afirmou que a Abramet entende é preciso adotar estratégias específicas para promover a educação no trânsito e estimular o cumprimento das leis para uma mobilidade urbana mais saudável e segura para as crianças e adolescentes. Esse esforço deve ter foco em todos os públicos: os motoristas, pais, responsáveis e as próprias crianças precisam incorporar a cultura de segurança. “Tais ações devem ser pensadas especificamente para o perímetro das escolas, assim como nos demais espaços do trânsito nas cidades”, disse.
Ainda segundo ele, é importante destacar que a criança não tem o discernimento sobre o perigo no trânsito, não tem como administrar os riscos a fim de evitar os sinistros. É importante destacar que a criança não conhece e não elabora o risco, o perigo. “Por isso, está mais vulnerável ao sinistro e precisa de proteção. Nós sempre recomendamos trazer as regras do trânsito para uma linguagem compreensível para esse público e tornar o adulto um exemplo de conduta no dia a dia, mostrando como transitar, como atravessar corretamente, usando equipamentos de proteção no interior dos veículos. Isso é essencial para protegê-las e incutir uma mentalidade de mobilidade segura”, afirmou.
Acidentes com crianças no Pará
2021:
A mãe e o filho, de dois meses, morreram em um acidente no km 10 da rodovia BR-316, sentido Marituba - Belém, na tarde de 18 de agosto. O acidente ocorreu por volta de 13h30. As vítimas são Danielle Siqueira Nascimento (mãe) e Eros Roberto Siqueira Castro (o filho, de apenas dois meses).
Mãe e filha morreram após um acidente grave ocorrido na madrugada de 26 de agosto, em Belém. O acidente ocorreu na avenida Nazaré, próximo ao cruzamento com a avenida Generalíssimo Deodoro. A pequena Maria Luiza Corrêa Torres, de dois anos, foi socorrida mas morreu no PSM da 14 de março, nas primeiras horas da madrugada. O pai da criança, Leandro Nascimento Torres, era quem conduzia o veículo. Horas depois, a mãe da menina e esposa de Leandro, Renata Corrêa Bezerra, também não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Metropolitana de Urgência e Emergência. Leandro sobreviveu.
Março de 2022
Uma criança de nove anos morreu em um acidente no sudoeste do Pará, na quinta-feira (3). O acidente ocorreu na rodovia Transamazônica, entre os municípios de Brasil Novo e Medicilândia. De acordo com as primeiras informações, a caminhonete era conduzida por uma professora, mãe da criança. O veículo capotou e parou dentro de uma lagoa, que fica às margens da rodovia, na altura do km 75 da BR-230.
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