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Sobrevivente detalha noite do acidente na Nazaré: 'Nenhuma discussão'; veja a entrevista completa

Uma semana após o ocorrido, Leandro Torres é o único envolvido na colisão que está vivo e consciente

Ana Carolina Matos / O Liberal

Sobrevivente do acidente que matou mãe e filha no bairro de Nazaré, na última quinta-feira (26), Leandro Torres Nascimento relatou o que ocorreu horas antes da tragédia. A vítima de 30 anos conduzia o veículo em que estavam a esposa, Renata Corrêa Bezerra e Maria Luiza Corrêa Torres, de dois anos. Uma semana após o acidente, ele é o único envolvido na colisão que está vivo e consciente.

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Segundo ele, tudo ocorreu após a ida da família a um encontro do Club do Civic, ao qual ele era um dos diretores e no qual a filha, a pequena Maria Luiza, era considerada "mascote" do grupo. Antes, os três teriam ido a um culto evangélico. 

"Eu estava no Portal do Amazônia, mas antes do Portal eu tinha saído do culto. Eu, minha esposa e minha filha. Fui em casa. A gente trocou de carro, pegamos o carro de um amigo. De lá, a gente seguiu para o Portal da Amazônia (...). Eu faço parte da diretoria de dois clubes de carros, que são carros antigos e carros japoneses importados. Eu cheguei mais cedo com a minha esposa e filha pra começar a organizar. O encontro saía às 21h", disse, se referindo a um ponto de saída na avenida Augusto Montenegro, em uma pizzaria.

image Leandro contou que tem a sensação de ouvir a voz da filha o chamando (Tarso Sarraf / O Liberal)

Pouco depois, as vidas de Leandro Torres e Allan Rocha se conectaram para sempre. Foi então que o motorista do veículo Ford Ka prata - que foi indiciado pelo crime de duplo homicídio doloso e foi apontado como causador do acidente - seguiu até o encontro.
'Ninguém conhece ele. Eu tomei conhecimento que o carro que ele estava era alugado. Nesse meio, todo mundo se conhece. Cada veículo tem um apelido e todo mundo conhece o outro. E no caso, ninguém sabia quem era ele", detalha.

Questionado se houve algum tipo de discussão, Leandro nega. "Foram rumores, eu não tive nenhum contato com o Allan. Sobre discutir, falar com ele, nenhum... Tanto é que não sei nem quem ele é", defende. 

Leandro relata que o primeiro "contato" com Allan ocorreu na avenida Tamandaré. "Eu já fui encontrar o carro do Alan na Tamandaré com a Padre Eutíquio. Aí nós passamos de lá, ele me fechou uma vez, eu tirei o carro. Até comentei com minha esposa: 'olha esse doido aí, amor'. E mais à frente foi que aconteceu o ocorrido. Ele chegou a tocar no meu carro e o carro saiu de lado e aconteceu o que eu tô passando hoje", detalha.

Segundo ele, foi após a primeira "fechada" que houve ainda uma segunda investida por parte de Allan. "Na Tamandaré, ele chegou a piscar os faróis, né, pra mim. Um alerta. Só que abriu o sinal, a gente saiu, continuou. Quando a gente foi acessar a Nazaré, tinha uma obra de saneamento da Cosanpa, que estão fazendo na cidade. Eu fui passar e ele jogou o carro pra cima de mim, pra me bater, aí eu desviei", disse.

Foi no terceiro avanço que a colisão, de fato, ocorreu, segundo relata Leandro. "A gente seguiu mais à frente. Eu acho que a gente chegou a parar em um sinal, que abriu e eu saí. Quando eu passei na frente de uma Hilux, ele veio pelo outro lado e foi quando ele tocou a traseira do meu carro. O meu carro saiu derrapando e a gente colidiu na árvore. Primeiro o meu carro e em seguida o carro dele", pontua.

Indagado se estava em alta velocidade quando perdeu o controle don veículo, Leandro afirma que mantinha a velocidade entre 40 e 50 km/h. "Não tem como. Não tem como porque ali no início da avenida Nazaré existem dois radares. E outra, o fluxo dos carros que estavam saindo do encontro era grande. Um exemplo: por mais que você quisesse é impossível, muito fluxo de carro e eu não sou de correr. Eu estava com a minha filha, a minha esposa e eu prezo pela vida delas. Jamais eu iria fazer isso. Jamais", conclui.

Relembre o caso

Na última quinta-feira (26), um acidente envolvendo dois veículo resultou na morte de mãe e filha, Renata e Maria Luiza. Leandro era quem conduzia o carro em que a família estava, quando houve a colisão com o automóvel dirigido por Allan Rocha, que foi indiciado pelo crime de duplo homicídio doloso. 

Leandro e Renata foram socorridos logo após o acidente e encaminhados ao Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE). A mulher morreu horas depois. Já Leandro chegou a ficar internado durante quatro dias, até receber alta, na última segunda-feira (30). 

Allan segue internado, assim como Nicole Monteiro Dias, que estava com ele. 

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