Conselho de Medicina denuncia falta de remédios básicos no PSM da 14: 'É um caos, é calamitoso'

Após fiscalização realizada na manhã desta terça-feira (14), a presidente do CRM-PA, Tereza Cristina de Brito Azevedo, afirmou que pacientes estão voltando para casa sem medicações, como antibiótico analgésico e corticoide

Dilson Pimentel

O Hospital Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti (o HPSM da 14 de Março) passou por uma vistoria do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará (CRM) na manhã desta terça-feira, 14. Em entrevista no local, logo após a fiscalização, a presidente do CRM, Tereza Cristina de Brito Azevedo, destaca que a unidade de saúde está um "caos" e aponta problemas graves, como a falta de insumos e medicamentos básicos além do atraso no pagamento de funcionários.

De acordo com Tereza, o pronto-socorro está lotado, ainda que pessoas lá dentro tenham afirmado que, nesta manhã, o movimento era considerado 'tranquilo'. A presidente do CRM descreve a situação como calamitosa, uma vez que, em comparação a uma vistoria feita no ano anterior, ela percebe graves pioras, entre elas, a falta de medicações básicas, inclusive para dor:

"Não tem tramal. No caso da dor, eles estão só usando morfina e paracetamol. Então isso é muito grave. Não temos insumos, não temos medicamento, não tem analgésico. São remédios básicos: dipirona, antibiótico, Ceftraxona, Cefeni, mterial de curativo... A situação é pior ainda, que estamos no Carnaval, quando aumenta o número de acidentes e o nosso pronto-socorro não tem estrutura nenhuma pra atender a nossa população", avalia.

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Além da falta de imunos necessários para o tratamento direto de pacientes, o CRM também confirmou outra queixa que já vinha sendo comum dos usuários da unidade de saúde: a falta de segurança e higiene:

"Não tem vigilância, porque também está com pagamento em atraso. Não tem a limpeza, porque a parte de higienização também está com salário em atraso. Todos os funcionários estão trabalhando em estado de estresse total, por causa disso. Então é isso que está acontecendo aqui", afirma.

Além da presidência do CRM, também foram convidados para a fiscalização desta terça a juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), Kátia Parente Sena; a Procuradora da República, Manoela Lopes Lamenha Lins Cavalcante, e a Promotora de Justiça, Elaine Castelo Branco, acompanhada da técnica do MPE, Ana Helfer. O CRM justificou a vistoria como "necessária pela situação em que se encontra o PSM da 14". A fiscalização também contou com a presença da Técnica em Saúde do Grupo de Apoio Técnico Institucional (GATI) do MPPA, Ana Maria Helfer.

MPPA elabora relatório 

Após a fiscalização, o MPPA divulgou que vai elaborar relatório com as constatações. “Em princípio, notou-se pacientes sem assistência em corredores, ausência de medicamentos, insumos e aparelhos indispensáveis a garantia de uma saúde digna.”, informou o MPPA.

Prefeitura de Belém

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que iniciou processo de compra emergencial, para suprir um período de 90 dias, de insumos que estão com alta criticidade de desabastecimento na rede atualmente.

A nota afirma que "a compra foi motivada pela negativa realizada por parte de fornecedores, que apresentam contratos de abastecimento vigentes com a Secretaria, que foram acionados e notificados de forma antecipada a regularizar os estoques.", pontuou.

Como medida paliativa, a Secretaria disse que realiza atualmente um levantamento de estoques em todas as suas unidades da rede com realocação de insumos, tendo a finalidade de atender estabelecimentos de saúde que tenham maior déficit destes itens críticos. "A previsão para reabastecimento dos itens criticos é de 48 a 72 horas.", concluiu a nota.

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Belém
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