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Belém registra queda de 8% no número de gravidez na adolescência

A educação pode ser uma aliada na prevenção, diz especialista

Kamila Murakami
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A capital paraense registrou, em 2023, 1.639 casos de gravidez na adolescência. Entre as mães, 59% estão na faixa etária entre 10 a 14 anos, e as demais se encontram na faixa de 1.580, de acordo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Os dados apontam uma queda de pouco mais de 8% em relação ao ano anterior.

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Patrícia Pinto, de 52 anos, explica que aproveita as refeições em família para abordar a temática com a filha Amanda Roberta Pinto, de 17 anos. Além da adolescente, ela é mãe de uma jovem de 24 anos.  “Geralmente eu falo que uma gravidez não planejada na adolescência, ou em qualquer idade, é bem complicado. Isso [gravidez] pode trazer traumas não só físicos, mas psicológicos”. Ela conta também que busca alertar as filhas quanto ao uso dos métodos contraceptivos e dos preservativos.

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Patrícia acredita que a educação sexual nas escolas pode contribuir com a orientação dos pequenos. “É tema de extrema importância que seja abordado tanto nas escolas públicas quanto nas privadas, mas infelizmente não há essa abordagem. É uma coisa que eles consideram ainda um tabu, e não é, né?! A gente precisa falar sobre isso para que a mocidade esteja antenada”, afirma.

Para as mães de meninos, a preocupação é a mesma. Guiolene da Silva Moreira é mãe de um adolescente de 17 anos, ela conta que conversa com o filho de forma frequente, com o objetivo de alertá-lo sobre as dificuldades que a paternidade precoce pode trazer. “Eu sempre falo para ele também sobre as doenças psicológicas, que podem ser consequência, quando há uma gravidez não planejada. Quando o adolescente não se planeja, ele não vai saber lidar e isso mexe muito com a cabeça deles, com a autoestima, e pode trazer problemas como ansiedade”, reflete.

Ela reforça que não deixa de falar com o filho sobre os cuidados com as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). “Eu falo pra ele sobre cada uma delas e como pega”, explica a mãe. “Eu digo pra ele que saiba ter consciência do que é certo e do que é errado, que o menino tem um papel muito importante de honrar a menina”, conclui Guiolene. 

O que dizem os especialistas

Segundo a psicóloga Rafaela Guedes, especialista em atendimento a crianças e adolescentes, apesar do tema ainda ser considerado um tabu, é fundamental que, desde a infância, crianças e adolescentes sejam orientados sobre educação sexual. Além de contribuir para a prevenção de gravidez precoce, a orientação pode ajudar a proteger contra possíveis situações de abuso sexual.

“Quando se tem acesso a esse assunto sem que seja um tabu, mas explicando sobre o funcionamento fisiológico do corpo e como se previne algo que não é desejado por um período da vida, a incidência de gravidez - por não saber, por ser ludibriada ou por não ter sido orientada corretamente - cai drasticamente”, destaca.

A profissional explica ainda que, além dos pais e responsáveis, as unidades escolares também podem preparar os alunos sobre o assunto. “Esse papel cabe a pais e escolares, e o mais importante é que a pessoa fale dentro da linguagem que cabe à criança e ao adolescente, dentro daquilo que ela tem curiosidade de saber sem se exceder a isso e sem faltar informação na medida para aquela idade”, complementa.

Semana da Prevenção à Gravidez na Adolescência

Todos os anos, a Semana da Prevenção à Gravidez na Adolescência, realizada no início do mês de fevereiro, visa compartilhar informações sobre a temática, com o objetivo de conscientizar e alertar sobre os riscos da maternidade e paternidade precoce. Em Belém, o programa “Saúde na Escola”, da Secretaria Municipal de Saúde, discute sobre o ensino reprodutivo e sexual, tendo como foco a prevenção da gravidez na adolescência. Durante o encontro nas escolas, se for constatada a necessidade, a Sesma já realiza o encaminhamento das adolescentes para as unidades de referência da rede municipal.

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