Autismo: Mundo Azul realiza ações com mães e filhos para combater o preconceito em Belém
Adesivagem de carros e caminhada na Praça Batista Campos marcaram o Dia Mundial de Conscientização do Autismo em Belém
Ocorreu na manhã deste domingo (2), o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, na Praça Batista Campos, em Belém, a tradicional caminhada pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Várias pessoas participaram da ação, que visa informar a população sobre como o autismo pode ser enfrentado, além de tentar diminuir os preconceitos que ocorrem todos os dias na capital paraense. Um dos grupos que estiveram na caminhada é o “Mundo Azul”, que é administrado através do whatsapp, mas que reúne mais de 400 mães com filhos autistas em Belém.
A psicóloga Eduarda Coutinho é uma das mães que possui um filho com autismo e que também é uma das administradoras do grupo “Mundo Azul”, no whatsaap. Em conversa com a equipe de O Liberal, Eduarda contou a importância de ações para que a sociedade conheça mais o assunto e de como diminuir o capacitismo, que afeta pessoas com autismo.
"Sempre digo que para conscientizar e espalhar informação, para mães de crianças autista são todos os dias. Nós sofremos preconceitos todos os dias, desde que colocamos os pés na rua, desde uma simples fila em um supermercado, quanto em escolas, que deveriam ensinar, acolher. Mas o dia 2 de abril é o dia em que a nossa causa ganha visibilidade, somos realmente vistos e aí é a hora de colocar para o maior número de pessoas possíveis, a importância da informação para a sociedade entender sobre pessoas que possuem o transtorno”, comentou.
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A caminhada juntou todas as associações, ongs e grupos que atendem crianças com autismo em Belém, todos pela mesma causa e buscando melhorias às crianças e também às mães. A manhã também foi de adesivagem de carros por parte do grupo Mundo Azul. Eduarda Coutinho citou a importância em não colocar as pessoas que possuem autismo na “mesma caixinha”, que cada criança autista possui uma dificuldade e que generalizar não é o caminho.
“Infelizmente sofremos muito preconceito de todas as formas e buscamos formas para que todos conheçam os transtornos. Eles [as crianças] não são iguais, cada pessoa típica é de um jeito diferente, não dá para colocar eles dentro de uma caixinha. Precisamos ampliar as informações, entendendo o que é o autismo, parece que nossos filhos são ‘bombas-relógio’, é só a pessoa querer entender a situação. Com isso, acreditamos que o preconceito diminua, que todos tenham os mesmos direitos, que possam estudar, ir ao cinema, academia, praticar esportes”, falou.
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Eduarda Coutinho é mãe de Matheus Viana, de sete anos e que é autista. Ela relatou momentos angustiantes que viveu ao tentar matricular o filho autista em uma escola. Para Eduarda foi a coisa mais triste que vivenciou na batalha diária que é encarar o preconceito com pessoas autistas.
“A negativa de matrícula foi algo que não nada agradável. Você ligar, perguntar se a escola possui vaga, eles informam que tinham 18 vagas na escola, mas na hora de matricular, informam que não tem vaga para o teu filho por ele ser autista. Isso é muito triste, ter que ir na Defensoria Pública, via justiça, para teu filho ter a vaga por causa do autismo. Isso já me doeu muito”, contou.
Novas ações
O Mundo Azul prepara terá ações no mês de maio, com reuniões com as mães, Dia da Mulher, Dia das Mães. Eduarda Coutinho comentou sobre o andamento das ações e a importância em acolher as mães.
“O grupo cresceu, pois todas descobriram que não estavam sozinhas nesta causa, fomos nos fortalecendo, ele funciona via whatsaap, e todo mês temos uma reunião para acolher, conversarmos. No mês de março nos preocupamos com as mães, para que elas possam se olhar novamente”, finalizou.
O que é o autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é na verdade um distúrbio do neurodesenvolvimento, que se caracteriza por um desenvolvimento atípico, seja eles comportamentais, manifestações, interação, além de déficits e padrões de comportamentos repetitivos. Outra situação que pode correr é a pessoa ter um interesse em atividades de forma restrita.
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