Ato contra racismo em Belém presta solidariedade ao jogador Vinícius Júnior
Manifestação ocorreu ao lado do Consulado da Espanha, no bairro Batista Campos
Representantes de movimentos sociais fizeram um ato público, na manhã desta terça-feira (23), em Belém, em apoio ao jogador Vinícius Júnior e contra o racismo. A manifestação ocorreu próximo ao Consulado da Espanha, em cujo país o jogador atua, no bairro Batista Campos.
Coordenador da Rede Emancipa, o educador popular Jorge Martins disse que esses atos de racismo ocorrem na Espanha e, também, no Brasil. Ele afirmou que esses casos estão se "acelerando". Jorge Martins acredita que esse é o 12º caso de racismo apenas contra o jogador Vinícius Júnior.
“E o governo espanhol também não toma nenhuma medida. Então tem que acontecer uma pressão internacional para que isso seja punido”, disse. Ele lembrou que há casos de racismo também no futebol brasileiro. “No futebol é como se fosse uma casa que eles (quem pratica esses atos) conseguissem se abrigar lá e desenvolver os seus atos de racismo”, afirmou.
Jorge Martins destacou a importância de se lutar para combater e punir esses casos. “O racismo é estrutural e estruturante na sociedade”, contou. "A nossa vida é lutar, resistir e denunciar o racismo", afirmou. A Rede Emancipa é um movimento nacional de educação popular, que, em Belém, existe há 11 anos e desenvolve nove cursinhos populares, voltados, principalmente, para que a juventude negra da periferia possa ter acesso ao ensino superior.
O estudante Glauber Vilar faz parte do coletivo de juventude chamado “Coletivo Juntos” e também participou do ato público. Aluno da Universidade Federal do Pará, ele afirmou que o enfrentamento ao racismo de forma eficaz é feito a partir da organização dos movimentos sociais. “A luta antirracista é antiga. Ser antirracista, na sociedade em que a gente vive, é muito difícil. Mas não é por esse motivo que a gente vai deixar de lutar”, disse.
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Ele completou: “O Vinícius Júnior não é uma pessoa qualquer. Ele representa todo um povo. E representa muita gente que se identifica com ele, seja pelo futebol ou pela questão racial". Glauber lembrou que racismo é crime. "Já chega disso. O Brasil tem mais de 500 anos, sendo que mais de 300 anos foi de escravidão. E até hoje a população negra do Brasil sofre com as mazelas e sequelas que o racismo deixou”, disse.
Glauber afirmou que a população negra tem que resistir e lutar pelos seus direitos. “Lutar pelo direito de viver, inclusive. A luta na rua nunca vai deixar de existir”, afirmou.
Em 2022, foram registrados 5 casos de racismo e 439 de injúria racial, informa Segup
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informa que em 2022, de janeiro a dezembro, foram registrados 5 casos de racismo e 439 de injúria racial. Em 2021, no mesmo período, foram 8 casos de racismo e 390 de injúria racial. A Segup informa ainda que as vítimas desses tipos de crime são atendidas na delegacia especializada de Combate a Crimes Discriminatórios e Homofóbicos (DCCDH)
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