Após criticar falta de segurança, servidora de Unidade de Saúde do Paar é transferida

Marli Groeff fez uma postagem falando sobre os assaltos constantes na unidade e os riscos para os profissionais, e no dia seguinte recebeu uma mensagem no Whatsapp informando que estava sendo transferida

O Liberal

Uma técnica de enfermagem que atuava na Unidade de Urgência e Emergência do Paar, em Ananindeua, foi transferida na última semana, apenas um dia depois de ter feito uma postagem em rede social onde criticava e cobrava medidas para melhorar a segurança na unidade. Na postagem, a profissional Marli Groeff desabafa dizendo que "a violência impera e somos ameaçados todos os dias. A unidade não tem profissional de segurança. Os poucos funcionários que tem acumulam várias funções. Trabalhamos no risco geral e constante”. 

A reportagem da Redação Integrada de O Liberal entrou em contato e aguarda posicionamento da com a Secretaria de Saúde de Ananindeua sobre os motivos da transferência da servidora, que coincide com a data das críticas feitas ao local de trabalho e também sobre a denúncia de falta de segurança na unidade.

Transferência

No dia seguinte da postagem, realizada no dia 23, a técnica recebeu comunicado, assinado pela diretoria de gestão e recursos humanos da Secretaria Municipal de Saúde, da Prefeitura de Ananindeua, informando da transferência da servidora da unidade para a Unidade Básica de Saúde do Curuçambá Rural, em Ananindeua. O comunicado, com data de 24 de dezembro, véspera de Natal, informa apenas que a medida ocorre por "ordem superior" e não possui maiores justificativas. 

Marli Groeff contou que teve ciência da transferência por meio de uma mensagem no Whatsapp e que não é a primeira vez que sofre punições por denunciar irregularidades. "Me passaram ontem, pelo Whatsapp, que eu estava sendo transferida para as ilhas, em Ananindeua. Foi uma atitude arbitrária, até porque não é a primeira vez. Em fevereiro eu questionei o fato de estarmos trabalhando sem assistência de um enfermeiro com nível superior, e fui colocada em indisponibilidade, para ser lotada em outra unidade. Mas entrei com um recurso e permaneci na unidade", disse.

A técnica em enfermagem também contou que não tem condições de se deslocar todos os dias para Ananindeua, também por conta de seu outro emprego. "Fui pega de surpresa, me transferiram para as ilhas, não tenho condição e não tenho como exercer outra carga horária. Quando eu fiz o concurso, foi para a Unidade Municipal de Saúde (UMS), e eles estão me transferindo para Unidade Básica de Saúde (UBS)", reclamou.

Em contato com a reportagem, servidores, médicos e prestadores de serviço confirmam que a unidade não possui profissional de segurança e os assaltos são frequentes. "É frequente ter assalto aqui. Entram fingindo que é paciente, aí entra e anuncia o assalto contra médicos, enfermeiros e levam tudo: dinheiro, celular, fazem ameaça. Trabalhamos sob pressão, para cuidar de uma demanda crescente por ser uma área violenta, com muitos casos de urgência. E temos que lidar com agressão de familiares e mesmo de assaltantes, que conhecem a fragilidade da segurança no prédio", informa um funcionário, que pede para não ser identificado. 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM