Apagão no Brasil: famílias relatam problemas com a falta de água e luz em Belém

Calor, medo das comidas estragarem e acúmulo de louças na pia fizeram parte dos inúmeros desafios enfrentados pelos moradores da cidade

Amanda Martins

A terça-feira (15) amanheceu marcada desafios na rotina de inúmeras famílias residentes nos diversos bairros de Belém causado pelo apagão que se estendeu pelo Brasil. No bairro da Sacramento, um dos últimos locais a chegar água nas torneiras, segundo relatou a população à reportagem do Grupo Liberal, a manhã e o início da tarde teve muito acúmulo de louça na pia e atividades domésticas deixadas em segundo plano.  

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Regiane Maciel, de 45 anos, trabalha como comerciante e havia planejado usar o feriado para organizar a residência onde mora, na Travessa Barão do Triunfo entre Rua Nova e o Canal da Pirajá.  Mas os planos não ocorreram como previsto, por conta do apagão e consequente a falta de água. Ela, o filho adolescente e a irmã, que veio de Barcarena (PA) para passar o dia na capital paraense, precisaram ficar em casa sobrevivendo ao calor, e, sem o direito de tomar um banho para refrescar o corpo. 

“A falta de água e energia elétrica atrasou tudo. Não deu para fazer comida, resolver o dia-a-dia da gente. Quando temos essas folgas, que a gente não vai trabalhar, queremos fazer muita coisa e é tudo com água, é roupa, comida, limpeza da coisa e eu não pude fazer nada”, reclamou Regiane.  

image Regiane Maciel: apagão atropelou planos do feriado  (Carmem Helena / O Liberal)

Assim como ela, muitas famílias precisaram improvisar o almoço com restos de comidas guardados na geladeira.  Para dar conta de atividades básicas de higiene,  a comerciante utilizou água mineral. As outras atividades domésticas, como por exemplo, limpar o pátio de casa só começaram a ser feitas quase às 16h da tarde, quando a água começou a chegar nas torneiras do bairro.  

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“Hoje, depois que foi embora a energia, a água faltou logo em seguida e deu tempo de amparar somente um balde com água e regrar o dia inteiro. Mas mesmo assim acumulou louça do café e do almoço”, disse a moradora sobre os desafios enfrentados.

De acordo com ela, um dos piores ainda vou precisar ficar sem internet para se comunicar com as pessoas. “Quem queria sair para espairecer no feriado não conseguia chamar aplicativo, nem pedir comida e não tinha água para fazer alguma coisa para comer, também não tinha como tomar banho e nem fugir da quentura de casa. Foi difícil demais”, declarou Regiane.

Prejuízos 

A técnica em beleza, Maria Eliete Santos, de 52 anos, relatou à reportagem do Grupo Liberal que um dos maiores problemas enfrentados foi não poder trabalhar no salão montado no pátio de casa.  “Eu precisava de água para fazer os procedimentos, mas com que água? Com que luz? Fiquei muito afetada”, acrescentou.

image A técnica em beleza, Maria Eliete Santos: um dos maiores problemas foi não poder trabalhar (Carmem Helena / O Liberal)

Ela, que mora com dois idosos entre 70 e 90 anos e mais duas crianças pequenas, que são seus filhos, precisou comprar água mineral para cozinhar e cubos de gelo para conservar a comida na geladeira, impedindo que estragasse. 

“Fiquei com medo que a energia elétrica não chegasse até o final do dia e precisei abastecer a minha geladeira com gelo, já estava pensando em colocar as comidas no isopor para não perdê-las”, revelou os sacrifícios.  

Para entreter os pequenos, que estavam em casa por conta do feriado, Eliete deixou os dois brincarem na rua. “Não tinha como mantê-los em casa por causa do calor, o tempo está quente demais”, complementou.   

 

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