Apagão no Brasil: cliente fica retido em posto de combustível durante blecaute
Fábio Rangel não pôde abastecer o carro devido à falta de energia elétrica e de internet no posto
O defensor público Fábio Rangel, de 49 anos, havia planejado curtir o feriado desta terça-feira (15) com a família em um dos balneários próximos à capital paraense. No entanto, o plano não ocorreu como o previsto, por conta do apagão que deixou o País inteiro sem energia elétrica e sem comunicação via internet ou telefonia. Fábio e a família ficaram retidos em um posto de gasolina do bairro do Marco, aguardando a normalização do sistema para concluir tanto o abastecimento do combustível como o pagamento pelo serviço. A solução foi chamar o cunhado para resgatá-los.
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Fábio contou que ficou cerca de uma hora aguardando normalizar o sistema, sem que houvesse qualquer sinal ou previsão para a normalização do serviço. Cansado de esperar, ele conseguiu acionar, depois de várias tentativas, o irmão da esposa.
“Saímos de casa devido ao calor e pretendíamos passar aqui no posto, abastecer e sair para passear com a família. Mas, chegando aqui vimos que o posto não estava funcionando. Então ficamos ilhados. Meu cunhado veio nos resgatar para que pudéssemos tentar salvar o resto do dia. É uma agonia, pois temos crianças e de colo. Complicado imaginar que a cidade não tenha nenhuma outra forma de ter uma suplementação em caso de blackout”, declarou.
Impactos
O engenheiro civil Eduardo Kevin Ferreira Oliveira, de 25 anos, também conta que não imaginava a proporção do apagão e dos problemas na capital paraense. Ele saiu da casa onde mora a procura de gasolina, mas nenhum posto estava funcionando. O homem já aguardava mais de duas horas para tentar abastecer o carro.
“Eu sai hoje achando que era somente no meu bairro e vim para abastecer, mas acabei descobrindo que não tem atendimento em posto nenhum. Com o pouco sinal que consegui, me informaram que estava acontecendo também em outros estados. Depois disso, eu perdi o sinal no celular e a energia foi embora completamente. Ainda tenho que decidir o que vou fazer, pois eu ia para outro município, mas acho que vou ter que voltar para casa. Não vou conseguir resolver os problemas pessoais, que eram tão importantes”, lamenta.
A corretora de imóveis Sandra Piedade, de 63 anos, relata que passou por vários bairros a procura de um local para abastecer o carro e não encontrou. Ela e a família tiveram que estacionar o veículo em um posto de combustíveis para esperar, pois o pouco de gasolina que havia no carro acabou.
“Eu estava de saída para outra cidade, para atender alguns clientes e acabamos ficando sem área no celular e gasolina no carro. Eu vim desde o Umarizal tentando abastecer, mas não consegui. Quando passei pelos outros bairros, percebi que nenhum local atendia os carros. Só quando cheguei aqui que o pessoal me avisou que isso não era só aqui no Pará. Em alguns postos, os frentistas falavam e sinalizavam que não tinha. Até paramos em uma padaria para tomar café e não conseguimos porque não tava passando o cartão na maquininha”, comenta.
Por volta das 10 horas, o motorista de aplicativo, Marcos Moreira, 58 anos de idade e 25 de praça, circulava pelas ruas dos bairros da Pedreira e Marco em busca de um posto de combustível para abastecer o carro dele. "É muito sufoco, até posto de combustível não está funcionando, também não estão funcionando semáforos e está perigoso, por causa do pouco movimento nas ruas", declarou. Marcos disse que as primeiras horas do apagão foram muito difíceis para ele e outras pessoas nos bairros de Belém.
Alta procura
Mario Junior Chermont, proprietário de um posto de combustíveis em Belém, conta que em várias unidades várias filas se formaram. “Todos ficaram surpresos com o que aconteceu. Eu moro em Nazaré e de lá para cá, tá tudo sem energia ou funcionamento. Os próprios funcionários acabam tendo que sinalizar isso para os clientes, que chegam procurando combustível. Muita gente também me ligou para avisar dessa situação. Cheguei nas unidades e estava tudo parado”, afirma.
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