Alagamentos prejudicam dia de trabalho de moradores de Belém nesta sexta-feira

Autônomos comentam a dificuldade de driblar os pontos alagados ou arcar com os prejuízos

Camila Guimarães
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Com as fortes chuvas que caíram em Belém desde cedo nesta sexta-feira (4), vários pontos da cidade apresentaram alagamentos, dificultando não só o ir e vir dos moradores como também causando transtornos para trabalhadores que precisam, diariamente, garantir o sustento dos seus lares.

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É o caso do motorista de aplicativo Antônio Cláudio Rosso, de 59 anos, que precisou perder uma manhã de trabalho para evitar prejuízos maiores. Ele diz que roda, diariamente, por diversos bairros de Belém, sempre atendendo ao chamado dos passageiros nas mais diferentes localidades, mas que, em dias de chuva, prefere não correr o risco:

"Porque, por exemplo, eu quero trabalhar e não posso. Como eu trabalho com aplicativo, quando o passageiro pede um carro, ele quer que a gente vá buscar na porta, não importa se está chovendo, ou não, se está alagado, ou não, se tem lama, ou não. Então quando chove assim e alaga, eu fico em casa. Eu prefiro deixar de ganhar do que perder, ficar no prejuízo. Melhor deixar de ganhar do que ter um problema no carro", avalia Antônio.

image Antônio Cláudio Rosso, 59, deixa de trabalhar para não ficar com prejuízos no carro devido ao alagamento. (Ivan Duarte / O Liberal)

O motorista relata que, ainda na quinta-feira (3), sendo pego de surpresa pelas fortes chuvas que caíram, ele quase teve o carro danificado em uma área com alagamento: "Ontem, por exemplo, eu fui lá para a Cabanagem e a mulher queria que eu buscasse ela na casa dela, mas a água já estava batendo no meio da porta do carro, por pouco não tive prejuízo, já que podia danificar uma peça do carro, queimar o ar-condicionado, esse tipo de coisa que a gente tenta evitar. Então eu prefiro ficar parado para não ter um prejuízo maior".

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Quem também precisa se esforçar para driblar os prejuízos do acúmulo de água na rua é o trabalhador de serviços gerais de uma panificadora no bairro Curió-Utinga, em Belém. Elizeu Soares, de 27 anos, relata que toda vez que chove, a passagem Mariuadir Santos alaga. Como a padaria fica na esquina da rua, muitos clientes deixam de frequentar o local porque simplesmente não têm como acessá-lo, devido à água.

"Já moro aqui há 5 anos, desde que eu me mudei para cá sempre foi assim, alagamento toda vez que chove. Como é que alguém vai querer colocar o pé na água pra entrar na padaria?", indaga Elizeu.

image Elizeu Soares, 27, precisa driblar o alagamento para que a freguesia continue frequentando a padaria em que trabalha. (Ivan Duarte / O Liberal)

Além disso, o trabalhador conta que tem que ficar tentando retirar o lixo e empurrar a água no esgoto para ver se a rua esvazia e diminui o mau cheiro no local: "A gente tem que limpar aqui para não ficar sujo na frente da padaria, dando mau odor que afasta os clientes. Sempre que tem esse alagamento afasta a freguesia e o pessoal não quer comer num lugar assim, com mau cheiro. Aqui sempre tem muito lixo, mas principalmente quando o pessoal coloca na rua no dia de coleta, quando chove desse jeito, a água leva tudo e traz para a frente da padaria", relata.

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