Profissionais do Anita Gerosa protestam contra término do atendimento a pacientes do SUS; entenda
Hamilton Borba, médico ginecologista obstétrico, explica que o encerramento desse tipo de atendimento impacta significativamente na vida de muitas mulheres que residem em Ananindeua e em municípios próximos
Profissionais do Hospital Anita Gerosa, em Ananindeua, na Grande Belém, realizaram uma manifestação na unidade nesta quinta-feira (23/1). O motivo do protesto é por conta do encerramento definitivo do atendimento da maternidade para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), que acontece a partir do próximo domingo (26/1). O hospital atendia cerca de mil pacientes por mês vindos do sistema público de saúde.
Hamilton Borba, médico ginecologista obstétrico, explica o cenário de não haver mais atendimento pelo SUS. Segundo ele, a média é de que 250 partos são realizados todos os meses na unidade e a falta desse serviço impactaria significativamente na vida de muitas mulheres que residem em Ananindeua e em municípios próximos.
“É um prejuízo muito grande, não só para a população de Ananindeua, como para a população do entorno, Santo Isabel, Acará, Moju, todos os interiores que a gente atende. Essas pacientes têm acesso a cirurgias, a um parto humanizado e de qualidade, um atendimento do melhor padrão que existe num hospital do SUS, com agendamento, com cirurgia garantida, sem nenhum tipo de pagamento”, detalhou.
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Borba fala também que o Anita Gerosa atua como retaguarda de outros hospitais, como por exemplo, da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará e do Hospital Regional Abelardo Santos. Para ele, a maior angústia é quando uma grávida tem procedimento agendado e não há o que fazer.
“O hospital não está recebendo as verbas que deveria receber. É de partir o coração. O Hospital Anita Gerosa é um hospital que permite a gente exercer a nossa cidadania, porque não fazemos apenas um trabalho, mas um serviço à comunidade. Eu trabalho no Anita Gerosa desde 2017. A última contagem que fizemos no sistema de procedimento, de 2017 a 2025, foi mais de 1.800 procedimentos entre parto, cirurgia de mioma, cirurgia de cisto de ovário, todas elas realizadas pelo SUS”, lamentou.
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