Número de empresas abertas por mulheres cresce no Pará
No ranking de municípios, Ananindeua foi o segundo que mais registrou o aumento; Belém é o campeão
A participação feminina na abertura de empresas no Pará tem aumentado. Segundo dados do Registro Mercantil da Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa), 44% dos CNPJs foram abertos por mulheres de janeiro a novembro de 2021, contra 56% formalizados por homens. Esse número é maior que do ano passado, quando 42% das empresas tinham participação feminina.
Belém foi o município com maior crescimento em abertura de empresas neste ano, com 72,33%, seguidos pelos municípios de Ananindeua com 24,91%, Santarém com 13,68%, Parauapebas com 11,63% e Marabá com 10,44%.
Como foi o caso da biomédica Ana Carolina das Neves Figueiredo, 45 anos, mãe da adolescente Juliana Neves, 16 anos, e Sarah Neves de 4 anos, que há dois anos viu sua vida mudar quando o esposo adoeceu e a renda diminuiu. Foi nesse momento que resolveu empreender e abrir uma loja de roupas femininas. " Abrir um negócio próprio tem sido algo desafiador e muito produtivo, apesar das dificuldades em conciliar as atividades do dia-a-dia'', afirma Carolina.
Entre os principais setores que as mulheres estão atuando estão o comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios (30,28%), seguido pelas atividades de serviço pessoal, como as de estética.
Cilene Sabino, presidente da Jucepa, disse que esse aumento pode ser explicado para que as mulheres consigam conciliar a vida particular com a profissional. "A mulher possui múltiplos turnos de trabalho está sempre antenada nas mais diversas formas de prover sua família, e ao mesmo tempo acompanhar o crescimento dos filhos e netos, sempre que possível, fazem a opção por modelos negócios que elas possam ficar mais próxima da família e muitas vezes cuidando ao mesmo tempo dos estudos, da família e do trabalho."
Empreendedorismo cresce
De acordo com os dados de janeiro a novembro de 2021, o Pará teve 76.972 de empresas abertas, com um crescimento de 7% em relação ao mesmo período de 2020.
A quantidade de empresas abertas por mulheres do tipo MEI (Microempreendedor Individual) foi de 65.122, as Microempresas representam 11.934, a empresa de pequeno porte 3.299 e as sem porte definido foram 670.
A presidente da Jucepa, credita esse crescimento à melhora da economia. "A partir do momento que a situação econômica melhorar, parte desses profissionais que antes ficavam na informalidade acabam tendo que se formalizar. Seja porque atingiu um volume de ganhos que para eles passa a fazer sentido ou seja porque o risco da informalidade no Brasil ficou mais alto. Além do custo mais baixo e a facilidade de formalizar."
De acordo com Cilene Sabino, a expectativa é que esse cenário continue crescendo. "As pessoas já tomaram a iniciativa de empreender durante a crise, agora, com a economia se recuperando, ainda que lentamente, a tendência é que esse seja um caminho ainda melhor e mais forte. Com as empresas cada vez mais contratando esse tipo de profissionais acaba criando um mercado", completa.
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