'Toda a Cidade Nova está cheia de lixo', reclama moradora sobre falta de coleta em Ananindeua
População denuncia irregularidade na coleta e aponta acúmulo de resíduos em diversas ruas da cidade
A cidade de Ananindeua enfrenta um grave problema de coleta de lixo, afetando a rotina e a saúde de seus moradores. Em diversos bairros, o serviço de recolhimento não ocorre com regularidade, e o acúmulo de resíduos tem se tornado uma preocupação crescente para a população. Em algumas áreas, como a Cidade Nova, a população afirma que coleta não ocorre há três semanas e que a sujeira toma conta até das principais vias, como a avenida Arterial 18.
A dona de casa Odália Alves Assunção, de 63 anos, moradora do conjunto Cidade Nova IV, diz que o problema vem se arrastando há semanas, sem solução por parte da Prefeitura de Ananindeua. “Moro na travessa WE 28, mas passo todos os dias na avenida Dr. Nonato Sanova, e é sempre essa sujeira. A coleta não passa há três semanas”, relatou.
Segundo ela, além da coleta irregular, quando os caminhões passam, eles não entram em todas as vias. “Quando eles aparecem, só coletam o lixo de alguns pontos, e os moradores precisam levar os sacos até uma esquina onde o caminhão passa ou pagar R$ 10 para que entrem na rua”, denunciou. “A Cidade Nova está cheia de lixo. Dá para ver os amontoados em várias esquinas, calçadas e há pontos que até as áreas onde os carros passam estão tomadas de lixo. Parece que a cidade está entregue às baratas”, desabafou.
Odália Alves Assunção acredita que o problema pode estar relacionado a dívidas da Prefeitura de Ananindeua com a empresa responsável pelo serviço de coleta. “Dizem que a prefeitura está devendo milhões para o lixão, então, por que não pagam essas dívidas e resolvem essa sujeira?”, questionou. “Disseram que aumentaram o IPTU por causa do lixo, mas o serviço não melhorou. Não é justo pagar mais e viver assim, cercados por sujeira”, criticou.
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Outros problemas
A moradora também denuncia outros problemas, como o aumento de moscas, ratos e baratas, além do mau cheiro, justamente porque os sacos ficam muitos dias nas ruas diante da coleta irregular, oferecendo riscos à saúde da população. “Perto da igreja de Nossa Senhora do Amparo, onde moro, o lixo toma conta da rua. O cheiro é insuportável e a gente vive com medo de pegar alguma doença”, disse Odália.
A dona de casa afirmou estar arrependida de ter votado no atual prefeito, Daniel Santos, que foi reeleito para mais um mandato. “Votei nele nas duas eleições e também na mulher dele, meus dois filhos também votaram. Mas, para fazer isso com a gente, não é justo”, lamentou.
Soluções
Mesmo diante das dificuldades, Odália busca minimizar o impacto separando o lixo reciclável. “Eu separo tudo o que dá para reaproveitar, mas isso não resolve o problema da cidade. A quantidade de lixo acumulado é muito grande”, lamentou.
Também no conjunto Cidade Nova, a jornalista Painah Silva, de 23 anos, comenta que a irregularidade na coleta do lixo está se tornando uma dificuldade que perdura há algum tempo. Há algum tempo, a coleta acontecia três vezes por semana, mas, agora, não tem acontecido mais com essa frequência. Na minha rua, localizada em um bairro mais central, tem acumulado bastante sujeira. O que mais vejo é o lixo nas frentes das casas amontoado”, relata a moradora.
O temor da jovem é de que esse cenário se agrave nos próximos dias. Para ela, é necessário que uma providência seja tomada quanto antes e que não há mais como ficar aguardando uma situação que não chega. Devido à recorrência disso, Painah evidencia que um planejamento já teria soluções há bastante tempo. Enquanto nada é feito, a população fica refém de toda essa situação.
“Desde outubro, o problema tem sido recorrente. Foi ‘resolvido” em meados de novembro, mas em dezembro o problema voltou pior. Os transtornos são os habituais de situações como essa. Às vezes, temos até que se policiar dentro de casa quanto ao consumo de lixo, porque nas ruas já está insustentável a situação. A lixeira de fora de casa vive cheia. E, se colocamos no chão, torna-se alimento para cachorros e outros animais”, assegura Painah.
Repercussão
Nas redes sociais, a população também reclama do problema que, segundo os relatos, tem sido percebido em diversas áreas do município do município da Região Metropolitana. Diversos comentários criticam a ineficácia da gestão na gestão da limpeza urbana Uma seguidora de O Liberal comentou, na publicação da reportagem, que a coleta irregular não é feita em vários pontos da cidade: “Não é apenas a Cidade Nova. Ananindeua inteira está assim”, diz a internauta.
No bairro do Coqueiro, a sujeira tem deixado os moradores bastante incomodados. Isso porque o acúmulo de lixo acende o alerta para a proliferação de doenças - devido às baratas e moscas que têm surgido. “O [conjunto] 40 Horas também está acontecendo a mesma coisa. Há mais de duas semanas que o carro de lixo não passa”, reclama um morador. “Aqui no bairro de Águas Brancas em Ananindeua há duas semanas sem coleta”, acrescenta outro seguidor.
E para quem desejava comemorar o Natal sem qualquer dor de cabeça. O lixo acumulado no dia da celebração foi a surpresa inesperada na data, como pontua uma moradores, também no post de O Liberal. “Natal do lixo. Eles nem se mancam. Ananindeua não tem uma luz. Ele gastou tudo na campanha?”, indaga.
Além do lixo, outra questão que é alvo de reclamação é a iluminação pública, segundo outro morador. O problema gera sensação de insegurança na população. “Realmente, se anda nas ruas de Ananindeua e há muito lixo nas esquinas. A [rodovia] Mário Covas também está uma escuridão. E isso é cobrado. como um sujeito que se propõe a administrar os recursos da cidade não consegue cuidar do básico?”, lamenta.
Posicionamento
A Prefeitura de Ananindeua foi demandada pela reportagem, mas não se posicionou sobre os problemas denunciados. Os moradores, no entanto, seguem aguardando por uma solução definitiva para o problema. Enquanto isso, o lixo continua se acumulando pelas ruas, gerando indignação e prejudicando a qualidade de vida de quem vive na cidade. “A gente só quer o básico: que o lixo seja recolhido regularmente. É pedir muito?”, finalizou Odália.
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