IMC é confiável? Entenda o cálculo que mede o Índice de Massa Corporal e como melhorar sua saúde
Esse cálculo universal é usado pela OMS para classificar padrões de saúde relacionados ao peso, como a desnutrição e a obesidade
Subir na balança é o pesadelo de muita gente. Mas além do peso, o que realmente importa é ter qualidade de vida e saúde. Nem sempre ser magro é estar bem e para saber sobre isso, basta fazer um simples cálculo chamado IMC (Índice de Massa Corporal). Esse índice pode ser medido em casa e o resultado irá ajudar na interpretação correta da saúde.
Mas o IMC é confiável? Confira o que é, como funciona o cálculo e dicas para melhorar a saúde.
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O que é o IMC?
O Índice de Massa Corporal, conhecido como IMC, é um cálculo universal adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para classificar padrões de saúde relacionados ao peso, como a desnutrição e obesidade entre a população.
A fórmula do IMC foi criada pelo matemático e astrônomo belga Lambert Adolphe Jacques Quételet em 1832 e recebeu originalmente o nome de “Índice de Quételet”, mas foi rebatizada com o nome atual pela OMS em 1972.
Apesar de ser utilizado como um padrão, o IMC não é um índice suficiente para determinar a saúde de uma pessoa, pois não leva em consideração a composição corporal do indivíduo (quantidade de massa muscular e gordura). Por isso, além dessa fórmula, outras medidas também devem ser combinadas para ajudar a definir o estado de saúde de uma pessoa.
Como calcular o IMC?
A fórmula do IMC faz uma relação do peso com a altura ao quadrado de um indivíduo, ou seja, sugere dividir o peso pela altura multiplicada por ela mesma.
Veja: IMC = Peso ÷ (Altura × Altura)
Exemplo de como calcular o IMC em uma pessoa de 1,60 m de altura e 60 kg:
IMC = 60 ÷ (1,60 × 1,60) = 23,43 kg/m²
Qual a tabela de resultados do IMC?
A partir do resultado do cálculo, é possível saber em que condição a pessoa se encontra de acordo com uma classificação. Os números da tabela padrão do IMC é a mesma para a maioria dos países. Ela muda apenas no sudoeste asiático, onde os parâmetros são medidos de forma diferente, por conta da estatura média da população ser mais baixa. Após o cálculo, o resultado vai indicar a faixa que o indivíduo se encontra e quais os possíveis riscos e impactos na saúde.
Confira a tabela usada na maior parte do mundo e aqui no Brasil:
- 16 a 16,9 kg/m² - Muito abaixo do peso
- 17 a 18,4 kg/m² - Abaixo do peso
- 18,5 a 24,9 kg/m² - Peso normal
- 25 a 29,9 kg/m² - Acima do peso
- 30 a 34,9 kg/m² - Obesidade grau I
- 35 a 40 kg/m² - Obesidade grau II
- maior que 40 kg/m² - Obesidade grau III
O IMC vale para todo mundo?
Não. Por não levar em conta a composição corporal, o IMC não é um índice recomendado para avaliar a saúde de atletas, pois eles podem apresentar um peso mais elevado, uma vez que possuem um maior percentual de massa muscular. Além deles, as grávidas também não devem usar o índice como parâmetro, já que o peso estará maior por conta do bebê em desenvolvimento.
Porém, o IMC funciona para crianças entre dois anos e início da puberdade, fase em que há uma linearidade no crescimento. Por outro lado, esse não é um índice válido na adolescência por causa da grande mudança que acontece.
Há uma discussão sobre qual seria o melhor método de avaliação. Enquanto alguns defendem a composição corporal como melhor parâmetro para classificar a saúde do jovem, outras sugerem uma fórmula que dá uma maior importância à altura, conhecida como Índice de Massa Tri-ponderal (que é o peso total dividido pela altura ao cubo ou IMT = Peso total/altura³).
O que significa IMC abaixo do peso?
Pessoas com IMC “muito abaixo do peso” costumam apresentar distúrbios alimentares, como bulimia e anorexia. Esses indivíduos se enxergam gordos e buscam maneiras drásticas de emagrecer fazendo longos períodos em jejum e realizando restrições alimentares severas. Esses quadros levam à desnutrição e colocam a saúde em risco.
Já os casos de IMC “abaixo do peso” podem indicar má alimentação e casos um pouco menos graves de distúrbios alimentares. Essa privação de nutrientes e o baixo peso causam uma série de impactos no organismo, como:
- fraqueza
- falta de concentração
- esquecimento
- queda de cabelo
- pele seca
- unhas e cabelo fracos e quebradiços
- anemia
- irritabilidade
- baixa imunidade
- dores nas articulações
- tontura
Como aumentar o IMC?
Pessoas que apresentam distúrbios alimentares precisam de acompanhamento psicológico, psiquiátrico e também de um nutricionista especializado no assunto. Em casos mais graves, é necessária a internação. A dieta aderida precisa oferecer um cardápio calórico para que a pessoa possa aumentar de peso, mas com qualidade.
Dessa maneira, a alimentação deve incluir:
- carboidratos
- gorduras
- proteínas de boa qualidade
O que é IMC de peso normal?
Este IMC indica que a pessoa possivelmente possui um peso adequado, o que refletiria em uma boa saúde e em um menor risco de doenças cardiovasculares. Porém, o índice sozinho não é suficiente para definir se o paciente está realmente saudável, uma vez que não leva em conta sua composição corporal, ou seja, o percentual de gordura que possui.
Dessa maneira, o IMC deve ser combinado com outras medidas ou técnicas capazes de medir a quantidade de massa gorda e de massa magra do corpo. Além de identificar em quais regiões a gordura se acumula, já que ela é prejudicial principalmente se estiver na região abdominal e no tronco.
Conheça algumas técnicas usadas:
Circunferência do pescoço: O método consiste em medir com uma fita métrica a circunferência do pescoço. O valor considerado normal é:
- mulheres é de até 37 cm;
- homens de até 42 cm.
Valores acima desses índices indicam grandes chances de alterações metabólicas.
Relação cintura-quadril: Propõe dividir a medida da circunferência da cintura pela circunferência do quadril. O valor não pode ser maior que:
- 0,85 para as mulheres;
- 1,0 para os homens.
Caso contrário, indica maior quantidade de gordura abdominal, ou seja, risco aumentado de desenvolver doença cardiovascular.
Circunferência abdominal: Essa medida não deve ultrapassar 88 cm nas mulheres e 102 cm nos homens.
Relação cintura-estatura (RCE): É um índice obtido pela divisão da circunferência da cintura pela estatura. Resultados acima de 0,5 indicam alto risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
Pregas cutâneas: Com um adipômetro é mensurada a espessura das pregas cutâneas em regiões específicas do corpo, então, é feita a soma desses valores para definir o percentual de gordura total e de massa magra.
Densitometria de corpo inteiro: Esse exame de imagem mensura a quantidade de massa gorda e massa muscular do corpo da pessoa, além de apontar a região onde a gordura está mais acumulada.
Bioimpedância: O método mensura o percentual de massa gorda e muscular do corpo por meio de um equipamento que emite uma corrente elétrica imperceptível pelo corpo do paciente. É menos preciso por sofrer variações de acordo com a temperatura ambiente e com a hidratação do paciente.
O que significam IMC acima do peso e IMC obesidade?
Um IMC a partir de 25 é um sinal de que a pessoa precisa fazer ajustes na alimentação e no estilo de vida. Isso indica que há um consumo calórico maior do que o gasto. Essa condição causa vários impactos no dia a dia, como:
- maior cansaço
- excesso de peso
- doenças cardiovasculares,
- pressão alta
- varizes
- má circulação.
Já quem possui o IMC a partir de 30 está na classificação “obesidade”, que pode ser nos graus I, II ou III. Quanto mais alto o grau de obesidade, maiores são os riscos de:
- doenças cardiovasculares (angina, infarto, aterosclerose)
- diabetes
- apneia do sono
- refluxo
- acidente vascular cerebral
- problemas articulares por excesso de peso
Como diminuir o IMC?
Para perder peso é preciso gastar mais calorias do que se consome. Além disso, o ideal é planejar a dieta adequada para as condições físicas do paciente. A pessoa também deve fazer exercícios físicos.
Os pacientes com obesidade grau III ou IMC acima de 40 têm indicação para a cirurgia bariátrica. Porém, já existem medicamentos que regulam a compulsão do paciente por comer e também o hormônio da saciedade. Esses remédios podem ser usados após consultar um médico.
(Estagiária Maiza Santos, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)
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