Wassef tem 4 celulares apreendidos durante ação em churrascaria após admitir recompra de Rolex
Ação da PF contra o advogado ocorreu na noite desta quarta-feira, em um restaurante dentro de um shopping de São Paulo
A Polícia Federal (PF) realizou na noite desta quarta-feira (16) uma ação contra o advogado Frederick Wassef. Localizado em uma churrascaria que fica dentro de um shopping, na Zona Sul de São Paulo, o advogado teve quatros celulares apreendidos. O carro dele também foi revistado dois aparelhos estavam no bolso do advogado e os outros dois estavam no veículo. De acordo com o blog da Daniela Lima, do G1 Nacional, pessoas que acompanharam a abordaram disseram que Wassef pareceu surpreso, mas não manifestou qualquer resistência.
A busca pessoal foi autorizada pela Justiça após o advogado admitir ter desembolsado quase US$ 50 mil para recomprar um relógio de luxo vendido irregularmente por assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na última sexta (11), a PF deflagrou uma operação sobre a venda e recompra irregular de joias destinadas ao governo brasileiro. Porém, naquela ação, Wassef não foi localizado, o que levou a busca pessoal desta quarta.
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Também está sendo analisado por agentes da PF um arsenal que o advogado tem registrado no Exército. As armas, incluindo um fuzil, precisam obrigatoriamente estar vinculadas a um endereço. Quando os policiais estiveram em um endereço de Wassef durante a operação de sexta-feira, nada foi localizado. Por isso, a PF quer saber onde estão as armas e se eles foram recadastradas.
Entenda o caso
Presente de autoridades sauditas a Bolsonaro durante uma viagem oficial do então presidente da República em 2019 à Arábia Saudita e ao Catar. o relógio de luxo da marca Rolex foi levado para os Estados Unidos, onde teria sido vendido ilegalmente pelo então ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, segundo a PF.
Em março deste ano, após a existência do Rolex ser revelada, assessores do ex-presidente tentaram reaver o relógio, e segundo as investigações, Wassef viajou aos Estados Unidos para buscá-lo. Diversas interações entre Wassef e Mauro Cid na época foram identificadas pela PF.
Ainda conforme a investigação, o item de luxo deixou o Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira, junto com uma comitiva do ex-presidente e foi vendido para uma loja chamada Precision Watches, na Pensilvânia.
O advogado apresentou versões diferentes sobre a recompra do Rolex. "Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta", disse, no domingo (13).
Ele também confirmou a viagem aos EUA, mas disse que nem confirmava nem negava a compra do relógio, durante entrevista ao blog de Andreia Sadi.
Já na terça-feira (15), Wassef admitiu em entrevista coletiva ter comprado o Rolex: "Usei do meu dinheiro para pagar o relógio. O meu objetivo, quando comprei o relógio, era cumprir decisão do Tribunal de Contas da União (TCU)”.
Na segunda-feira (14), o blog do Valdo Cruz revelou que o nome de Wassef aparece no recibo da recompra de um relógio Rolex nos Estados Unidos. Para a PF, o recibo é uma "prova contundente" contra o advogado.
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