Vereadores de Belém defendem passaporte da vacina no Pará: 'Irresponsabilidade de poucos'
Para vereadores, medida é necessária para garantir o direito coletivo à saúde
Durante a sessão desta segunda-feira (6), vereadores da Câmara Municipal de Belém subiram à tribuna da casa para defender as novas medidas de incentivo à vacinação decretadas pelo Governo do Estado e que começaram a valer esta semana, em todo o território paraense. O primeiro a abordar o tema foi Pablo Farah (PL), afirmando que a “irresponsabilidade de poucos” que não seguem os protocolos recomendados, resultou no cancelamento do réveillon e carnaval. Ele acredita que, caso seja atingida a meta de 70% a 80% da população vacinada, o poder público pode rever a decisão, ajudando a movimentar novamente essa cadeia prejudicada pela pandemia.
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“Lamentavelmente alguns parlamentares na Alepa defenderam e repudiaram [a obrigatoriedade da vacina] sobre a tese de ferir os direitos individuais. Ora, o direito coletivo se sobrepõe aos individuais. A gente não pode misturar política com ciência, política com vacina. A gente está falando sobre saúde pública”, disse Farah.
“Não tomar vacina é um direito seu, mas você vai ter o peso da lei, o peso do estado. Agora você não toma, é irresponsável, passa covid para os outros e ainda quer ter direito respeitado? Nós vivemos em coletividade, em sociedade, para atender e ser atendido. A gente tem que responsabilizar esses poucos irresponsáveis que estão ocasionando esse temor com a nova variante”, completou.
Fernando Carneiro (PSOL) observou que o Pará pode perder cerca de 400 mil doses de vacina, que vencem ainda este mês, porque as pessoas não estão recebendo o imunizante: “Um milhão de pessoas no Estado deixaram de tomar a segunda dose. Isso é muito grave. Concordo com a decisão do governador de exigir passaporte vacinal. Nenhum direito individual se sobrepõe ao direito coletivo de saúde pública”.
A vereadora Bia Caminha (PT) também subiu à tribuna para defender a posição do Governo. “É preciso sim. Apoio, defendo o governador que fez esse decreto. [O Pará] é um dos Estados mais avançados nesse sentido e é muito importante que a gente continue cobrando, exigindo”.
Para Matheus Cavalcante (Cidadania), todos devem ter liberdade para assumir os seus atos, mas essa liberdade não pode se dissipar da coletividade social. “A gente tem que pensar nas nossas atitudes de maneira global”.
Ele defende que em situações como a atual, de pandemia, esse direito pode ser limitado e a vacinação se tornar obrigatória. “Concordo que não temos algo objetivo e concreto que a vacina tem se mostrado eficiente em 100% dos casos, mas ainda não vi nenhum relato ou estudo mostrando que a vacina foi maléfica. Por isso, é fundamental que as pessoas se vacinem, que a gente estimule isso e a gente crie obrigações”.
O mesmo pensa Miguel Rodrigues (Podemos). “Isso é um mecanismo que irá ajudar muito a população. Vamos ter esse cuidado, estar em dia com a vacinação e que as pessoas que não se vacinaram possam ter consciência que estão colocando em risco a sua vida e a vida das outras pessoas. Estamos vivendo novamente um momento delicado e se Deus quiser nós vamos vencer essa barreira”.
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