Relatório da PF aponta que militares da ativa incentivaram 'golpe de Estado'; veja os citados

A corporação afirma que a milícia digital "amplificou e difundiu por meio de diversos canais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudulentas, incentivando seus seguidores a 'resistirem' em frente a quartéis e instalações das Forças Armadas, a fim de criar um ambiente propício para uma intervenção federal"

O Liberal
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Em relatório, a Polícia Federal elencou que militares da ativa incentivaram a continuidade das manifestações iniciadas após as eleições presidenciais.  Ainda segunda investigação, houve financiamento pelos atos ilícitos e um possível 'golpe de Estado' após o pleito eleitoral de 2022. O documento foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no dia 2 de junho. O parecer da PF já disponível online. 

No documentos constam as tratativas do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL). Além das conclusões da PF e prints de trocas de mensagens entre Cid e sua esposa, Gabriela Santiago Cid e os nomes de cinco militares foram mencionados:

- Coronel Jean Lawand Junior;
- General Édson Skora Rosty (que entrou na reserva neste ano);
- Tenente-coronel Marcelino Haddad;
- Major Fabiano da Silva Carvalho; e
- Sargento Luis Marcos dos Reis.

image General minimiza conversa com Mauro Cid sobre intervenção no TSE como 'fofoquinha'
Em uma das mensagens enviadas a Mauro Cid, Lawand compartilha um áudio que afirma ter recebido de um "amigo do QG [Quartel-General]".

Segundo um dos documentos assinados pelo delegado Fábio Alvarez Shor, da PF, a suposta tentativa de crimes em investigação pode ser comprovada "tanto através do induzimento e instigação de parte da população adepta à ideologia política em questão, como por meio de atos preparatórios e executórios efetivos".

O relatório, parte do inquérito que ainda está em andamento e não chegou à sua conclusão final, afirma que, embora o golpe de Estado não tenha sido bem-sucedido, a atuação dos investigados "provavelmente foi um dos elementos que contribuiu para os atos criminosos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, materializando os objetivos ilícitos da organização criminosa".

No documento, a Polícia Federal solicita que Moraes autorize os depoimentos de Cid e Luis Marcos dos Reis, mencionados nas mensagens, para prestar esclarecimentos sobre as trocas de mensagens. Ambos estão presos desde o início de maio.

Cid foi interrogado pela última vez pela PF em 22 de maio, enquanto a corporação havia solicitado um novo depoimento para 6 de junho de 2023, que não ocorreu. O sargento Luis Marcos dos Reis, que também desempenhava funções no gabinete de Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro, prestou depoimento em apenas uma ocasião até o momento, em 7 de junho.

De acordo com a Polícia Federal, Dos Reis esteve presente no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, aderindo às manifestações antidemocráticas que defendiam um golpe militar em resposta ao resultado das eleições presidenciais de 2022.

O relatório afirma que "os vídeos encontrados em seu telefone celular comprovam a participação de LUIS MARCOS DOS REIS na tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito ocorrida em 8 de janeiro de 2023".

As investigações conduzidas pela PF estão sendo realizadas no âmbito do inquérito 4874, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Essa ação está diretamente relacionada ao inquérito das milícias digitais.

No ofício, o delegado destaca que a investigação sugere a atuação das chamadas milícias digitais na preparação dos atos extremistas, tanto nos acampamentos que ocuparam capitais do Brasil em frente aos quartéis do Exército por aproximadamente dois meses, quanto nos eventos ocorridos em 8 de janeiro.

O documento afirma que o grupo tinha como objetivo "atacar membros de instituições públicas, desacreditar o processo eleitoral brasileiro, reforçar o discurso de polarização, gerar animosidade dentro da sociedade brasileira, promover a descredibilização dos poderes da república, estimular a animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes da República, entre outros crimes".

Segundo o relatório, foi identificado inicialmente esse modus operandi no mundo virtual, nas redes sociais, onde os integrantes promoviam ataques para pavimentar o caminho em direção aos objetivos traçados, que envolviam ganhos ideológicos, político-partidários e financeiros.

A corporação afirma que a milícia digital "amplificou e difundiu por meio de diversos canais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudulentas, incentivando seus seguidores a 'resistirem' em frente a quartéis e instalações das Forças Armadas, a fim de criar um ambiente propício para uma intervenção federal liderada pelas forças militares, sob o pretexto de atuarem como um Poder Moderador, com base em uma interpretação peculiar do artigo 142 da Constituição Federal".

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