Regulação de cassinos pode alavancar macroeconomia paraense, apontam empresários

Associação da Advocacia Paraense abordou as oportunidades do novo nicho econômico para a costa atlântica estadual

Valéria Nascimento
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O projeto de regulamentação dos cassinos no país e a posição estratégica no Pará pautaram a reunião mensal da Associação da Advocacia Paraense, nesta terça-feira (31), em Belém. Empresários, advogados e convidados, abordaram as oportunidades de novos nichos de negócios e investimentos para a chamada região turística atlântica do Caetés, com destaque para Salinas. 

"A legalização do jogo acaba com a marginalização do próprio jogo. Os cassinos geram empregos, renda, impostos e atraem turistas”, afirmou o advogado Clóvis Martins, integrante da Associação de Advocacia Paraense, e anfitrião da noite. Ele explicou que a entidade advocatícia tem procurado proporcionar debates para os associados sobre matérias novas que estão em tramitação no Congresso Nacional.

Em setembro deste ano, a Câmara dos Deputados, após muitos debates e alterações na proposta original, aprovou o texto-base do PL que regulamenta apostas esportivas, incluindo os cassinos. O texto seguiu para o Senado e a expectativa é de que a matéria tenha regulamentação no início do ano de 2024. Para o advogado Clóvis Martins, é chegada a hora de cuidar do assunto.

"A gente respeita quem é contra, mas a proposta de quem está aqui reunido é a favor. E a nossa expectativa de muitos anos já é de que um dos locais mais apropriados para cassinos seria Salinas, a nossa estância hidro mineral”, disse o advogado.

Salinas é estratégica para lazer e entretenimento turísticos, dizem empresários

O evento contou com duas palestras sobre o tema. Um dos palestrantes foi Ulli Abreu Braga, Chief Executive Officer (CEO) do Grupo BR e do Aqualand Resort, já instalado em Salinas.

“Como empresários, é muito importante essa mudança que está acontecendo de aprovação dos cassinos porque abre oportunidades para investimentos tanto externos quanto internos”, afirmou Ulli Braga.

"Na área turística, nós temos hoje o parque aquático em Salinas do Grupo BR, nada mais natural que a gente se interessar pelo tema da regulação dos cassinos. Com o Aqualand, contribuímos com o aumento do nível de formação para atividades econômicas na região de Salinópolis, mas a gente precisa de mais investimentos do setor público principalmente em infraestrutura, o governo estadual já vem encaminhando isso, mas precisa de melhorias também na ampliação da malha aérea para aviões maiores”, afirmou o CEO do Aqualand Resort.

Secretário de turismo do Pará (2012 a 2018), Adenauer Góes também ministrou palestra. Ele salientou a modernização do projeto de lei em tramitação no Senado. “O PL que tramita foi bastante redimensionado da proposta original, que é de 1991, e contempla uma visão moderna de mercado. É aí que reside a grande questão da história: podermos contar no Brasil com um novo nicho no mercado, que já é globalizado, mas o Brasil está fora do processo”.

"Esse novo nicho pode impactar a macroeconomia, trazer investimentos externos, capitalizar investimentos no mercado nacional, o sinergismo entre investimentos nacionais e internacionais e desenvolver uma série de atividades, que já são tradicionais no turismo, como a hotelaria, transportes e a gastronomia, mas associadas a outros segmentos econômicos que no momento em que participarem da implantação de um novo nicho dessa natureza podem potencializar a economia, da obra à operação dos equipamentos, e em cima disso, há a tributação”, afirmou Adenauer Góes.

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