Morre advogado, professor e economista Octávio Avertano Rocha, em Belém

Com vasta carreira acadêmica, ele era decano da Academia Paraense de Letras (APL) e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará

Amanda Martins e Valéria Nascimento
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Morreu aos 89 anos, nesta segunda-feira (24.06), o advogado, professor, escritor, filósofo, economista e jornalista, Octávio Avertano de Macedo Barreto da Rocha. Com vasta carreira acadêmica em várias frentes do conhecimento, ele era o acadêmico mais antigo da Academia Paraense de Letras (APL) e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP), as duas instituições com sedes em Belém. O advogado, que estava internado na UTI de um hospital particular de Belém lutando contra uma série de comorbidades, deixou cinco filhos, cinco netos e uma esposa.

Avertano da Rocha se dedicou, a um só tempo, ao direito, à economia e à filosofia, contribuindo com artigos e produções científicas em diferentes campos no Pará. A Universidade da Amazônia (Unama) divulgou nota de pesar pela morte do acadêmico. Em 2023, a instituição o condecorou com o título de Doutor Honoris Causa. A honraria reconhece a contribuição do Imortal à educação, cultura e literatura da Amazônia e do Brasil.

"Seu trabalho foi fundamental para a ampliação do pensamento crítico na Filosofia e o Direito na Região Norte, influenciando gerações de profissionais e cidadãos. A Unama se solidariza com os familiares de Avertano da Rocha, especialmente sua esposa Nalva e filhos Octávio e Manoella, amigos e antigos alunos que tiveram a honra de conviver com esse ser humano exemplar", diz um trecho da nota da universidade.

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O decano da APL será homenageado em sessão solene hoje, sexta-feira, 18.

Legado para o Brasil

Na noite desta segunda-feira (24.06), a jornalista, escritora, e pesquisadora, Franssinete Florenzano, destacou a atuação de Octávio Avertano Rocha. “O legado dele é alto ao Pará, à Amazônia e ao Brasil. Ele ainda exibia admirável lucidez e produção intelectual”, afirmou.

Franssinete relembrou que Octávio Avertano Rocha ocupou diversas posições de destaque na sociedade paraense e brasileira. Para ela, a influência de Octávio se estendia além das fronteiras do jornalismo, sendo reconhecido como advogado militante e professor assistente de renomados acadêmicos como Benedito Nunes na Universidade Federal do Pará.

“Era membro da Academia Paraense de Letras, ocupando a Cadeira nº 37; do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, com a Cadeira n° 39; recentemente, elevado à categoria de Emérito, da Academia Paraense de Ciências, e membro honorário da Academia Paraense de Jornalistas”, acrescentou a jornalista.

Amizade, respeito e admiração

O jornalista e escritor, Walbert Monteiro, recordou a amizade de longas datas com Avertano. “Conheci Avertano Rocha em 1961, na redação do Jornal do Dia, periódico que existiu em Belém até 1965, de propriedade dos irmãos Armando e Oziel Carneiro. Ele era redator e eu, repórter. Iniciamos uma grande amizade que se consolidou pelo respeito e admiração recíprocos”.

"Depois, seguimos caminhos diferentes na advocacia, ele trabalhando no Projeto Jari, do Daniel Ludwig e eu na Superintendência da ‘Vivenda’. Avertano, em paralelo, sempre se dedicou às letras e à filosofia, destacando-se como um dos mais destacados intelectuais do nosso estado. As letras paraenses estão de luto e eu profundamente desolado com a perda de um duplo confrade, pois éramos companheiros igualmente no Instituto Histórico e Geográfico do Pará”, afirmou Walbert Monteiro.

Walbert fez questão de elogiar, também, a refinada educação do amigo. “Era de bom gosto e tinha elegância ao tratar a todos. Não obstante ser um portento como intelectual, tinha um comportamento humilde e retraído”.

Para Florenzano, além de suas realizações acadêmicas e profissionais, Octávio Avertano Rocha deixou um impacto significativo no desenvolvimento econômico da região. “Dono de expressiva obra intelectual, reveladora de sua singular cultura e sabedoria. Ele dirigiu nas décadas de 1960 e 1970 uma das maiores bancas de advocacia do país, assessorando o grupo Jari, do bilionário norte-americano Daniel Ludwig, inclusive a Jari Florestal e Agropecuária”, afirmou a jornalista.

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