Ministro defende fortalecimento da pesca artesanal na Amazônia e critica barreiras dos EUA
Durante o IFC Amazônia, André de Paula destacou ações do governo federal no Pará e alertou para impactos das restrições comerciais norte-americanas sobre o pescado amazônico
O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, defendeu nesta terça-feira (23) o papel estratégico da pesca artesanal na Amazônia e criticou as recentes medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos contra a exportação brasileira. A declaração foi feita durante a abertura do IFC Amazônia, evento internacional realizado no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia, em Belém.
Segundo o ministro, o governo federal tem desenvolvido uma série de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do setor, com destaque para o programa Povos da Pesca Artesanal, que inclui ações como o recadastramento das embarcações e o apoio técnico aos pescadores e pescadoras da região.
“O estado concentra aproximadamente 340 mil pescadores, sendo 99% deles artesanais. Algumas iniciativas que o Ministério tem tocado vêm ao encontro do apoio que eles precisam”, afirmou André de Paula.
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Ele também ressaltou que o Pará é líder na produção nacional de pescado de água doce, e que as ações do Ministério da Pesca buscam consolidar esse protagonismo de forma sustentável, aliando desenvolvimento econômico à conservação ambiental.
Alerta para impactos no mercado internacional
Durante sua fala, o ministro expressou preocupação com os efeitos das barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos, que podem prejudicar as exportações brasileiras, especialmente do pescado amazônico, um dos pilares da economia da região. “A gente acaba pensando nesses impactos que podem causar na exportação do pescado amazônico, que é uma coisa forte aqui pra nossa economia”, disse.
Apesar da incerteza quanto à dimensão dos prejuízos, André de Paula afirmou que o governo brasileiro está atento à questão e busca alternativas diplomáticas e comerciais para minimizar os efeitos das restrições.
“Eu tenho muita esperança de que a gente possa ter até efeitos positivos em relação ao nosso pescado, à nossa possibilidade de exportar”, declarou o ministro, citando como exemplo recente a abertura do mercado chinês para os pescadores extrativistas brasileiros — uma demanda que vinha sendo negociada desde 2016.
COP 30 e sustentabilidade
O discurso do ministro reforça a importância de políticas sustentáveis para a pesca na Amazônia, sobretudo diante da proximidade da COP 30, que será sediada em Belém este ano. O evento internacional de mudanças climáticas traz à tona o debate sobre economia verde e a valorização de cadeias produtivas tradicionais, como a pesca artesanal, fundamentais para garantir a preservação da floresta e o protagonismo das comunidades locais.
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