IFC Amazônia reúne lideranças para fortalecer pesca sustentável e valorizar comunidades ribeirinhas

Evento internacional em Belém reúne autoridades, especialistas e comunidades tradicionais para debater a pesca sustentável como vetor de desenvolvimento na Amazônia.

Gabi Gutierrez
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Com o desafio de conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental, foi aberto nesta terça-feira (23), no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia, o IFC Amazônia – evento internacional que coloca a pesca sustentável no centro das discussões para o futuro da região. Com mais de 500 mil famílias paraenses que dependem diretamente da atividade, o setor pesqueiro tem ganhado protagonismo como alternativa econômica alinhada à conservação da floresta e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Responsável por cerca de 30% da produção nacional de pescado de água doce, o Pará assume posição de liderança no cenário brasileiro, principalmente por meio da pesca artesanal e da aquicultura de espécies nativas como o tambaqui, pirarucu e o camarão. O estado também se prepara para sediar, em 2025, a COP 30, o que reforça ainda mais a importância de estratégias sustentáveis para setores-chave da economia amazônica — entre eles, o da pesca.

Além de painéis técnicos e espaços de fomento a parcerias institucionais, o evento abriga estandes interativos de municípios que se destacam na cadeia produtiva do pescado, como Bragança, Salinópolis, Santarém e Abaetetuba. Também estiveram presentes autoridades federais, como o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula.

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Ministro destaca papel estratégico da Amazônia na pesca e critica medidas norte-americanas

O Ministério da Pesca e Aquicultura fez parte da abertura da feira e o titular da pasta, André de Paula, contou sobre o que tem sido implementado para apoiar os pescadores artesanais da Amazônia, especialmente os do Pará. Ele afirma que estão sendo desenvolvidas ações dentro de um grande programa nacional, que é o Povos da Pesca Artesanal: “Este é um apoio aos pescadores e fazemos o recadastramento das embarcações — um conjunto de ações que o Ministério vem desenvolvendo, que visam fortalecer esse setor, apoiar os nossos pescadores e pescadoras”

Ele pontuou a importância do Pará para esse mercado em todo o país: “O estado concentra aproximadamente 340 mil pescadores, sendo 99% deles artesanais. Algumas iniciativas que o Ministério tem tocado vêm ao encontro do apoio que eles precisam”, completou.

O ministro também aproveitou a ocasião para comentar as recentes barreiras comerciais impostas pelos Estados Unidos à exportação brasileira e como isso pode afetar, em especial, os pescados amazônicos. Embora tenha reconhecido que ainda é difícil medir o impacto exato dessas medidas, ele afirmou que o governo brasileiro adota uma postura de diálogo e está empenhado em buscar alternativas para fortalecer o setor.

Apesar das incertezas, ele demonstra otimismo: "Eu tenho muita esperança de que a gente possa ter até efeitos positivos em relação ao nosso pescado, à nossa possibilidade de exportar", disse.

Bragança mostra força pesqueira e aposta em integração de cadeias produtivas

Entre os destaques do evento está o município de Bragança, que levou ao Hangar uma mostra da força produtiva e cultural da região. O estande incluiu desde bijus e café regional até a tradicional farinha de mandioca, reconhecida como patrimônio imaterial do Brasil. A cidade ocupa a terceira posição no ranking de Produto Interno Bruto (PIB) pesqueiro do Pará e aposta na integração entre pesca, agricultura, turismo e sustentabilidade como estratégia de desenvolvimento. "Esse espaço é muito importante para mostrar não só o nosso pescado, mas também nossa cultura e tradições. Aqui conseguimos estabelecer relações, buscar inovações e reforçar o protagonismo do nosso município nesse setor que sustenta tantas famílias bragantinas", destacou João Farias, secretário municipal de Pesca e Aquicultura.

A força da agricultura familiar também foi um dos pontos enfatizados por Théssyo Santos, secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do município."O nosso pescador também é agricultor. A mandioca, a farinha, são parte da cultura e da economia. Participar do evento é levar Bragança para o mundo, e isso se torna ainda mais estratégico com a proximidade da COP 30", disse.

Já para a secretária de Turismo, Maryllin Oliveira, o IFC Amazônia também é uma oportunidade de posicionar o município como destino turístico sustentável. "Temos praias, rios, patrimônios, roteiros de pesca de curral, gastronomia com peixinho frito e farinha. Nosso turismo é integrado à pesca, à agricultura e ao meio ambiente. Mostrar isso ao mundo é mostrar a riqueza do nosso território", afirmou.

Ubiranilson Oliveira, secretário municipal de Meio Ambiente, finalizou destacando que a valorização da pesca passa também pela regulação adequada da atividade. "A atividade pesqueira precisa ser valorizada e regulamentada. Licenciamos, fiscalizamos e acompanhamos os acordos de pesca. Estar aqui é discutir políticas públicas reais para o setor. Bragança tem muito a contribuir com esse processo", concluiu.

A feira segue até sexta-feira, dia 25 de abril, no Hangar Convenções & Feiras da Amazônia.

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