Maioria dos candidatos no Pará são homens, casados e pardos

Entre os registros, o TSE aponta que 66% dos candidatos são homens (649), frente a 34% de mulheres (339)

Daleth Oliveira
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Com 988 registros de candidaturas, a maior parte dos candidatos no Pará são homens, que se declaram pardos, com ensino superior completo e com idade entre 40 e 44 anos. Os dados são disponibilizados pelo Supremo Tribunal Eleitoral (TRE), por meio da Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais.

Do total, o Estado registrou nove candidaturas para governador e vice-governador, 11 para senador, 12 para 1ª suplência e 12 para 2ª suplência, 306 candidaturas para deputado federal e 628 para deputado estadual.

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Entre os registros, o TSE aponta que 66% dos candidatos são homens (649), frente a 34% de mulheres (339). A maioria dos candidatos, 50% são casados (494), com os solteiros aparecendo na sequência, 37% (363).

Além disso, 52,53% (519) dos candidatos se declararam pardos, 31,88% (315) se declararam brancos, 15,08% (149) se declararam negros, 0,3% (3) indígenas e 0,2% (2) amarelo.

O perfil mostra ainda que a maior parte dos candidatos têm ensino superior completo. Esse grupo representa 55,06% (544) do total de candidatos. Há ainda 30,57% com ensino médio completo (302 candidatos); 6,07% com ensino superior incompleto (60); 4,66% com ensino fundamental completo (46); 1,82% (18) com ensino fundamental incompleto; 1,62% (16) com ensino médio incompleto; e 0,2% (2) apenas lê e escreve.

A maior parte dos candidatos em Pará  tem entre 40 e 44 anos, sendo que 166 deles se enquadram nesta faixa etária. Entre os mais jovens (de 21 a 24 anos) apenas 10 pediram registro de candidatura e entre os mais velhos, somente dois candidatos têm mais de 80 anos.

Sobre as ocupações dos concorrentes ao pleito de outubro, as mais frequentes são: 26,8% (145) empresários, 9,24% (50) advogados, 7,39% (40) deputados, 7,39% (40) policiais militares, 7,02% (38) professores do ensino médio, 6,84% (37) administradores e 4,99% (27) vereadores.

Padrão de perfil

Em relação ao último pleito geral, de 2018, o perfil dos candidatos neste pleito não apresenta latentes diferenças, quando a maioria também foi de homens, casados e pardos. As mulheres, naquele ano, representaram 33% do total. Ou seja, houve um aumento para as Eleições 2022, entretanto, esse crescimento de representatividade feminina foi tímido.

Para o cientista político, Rodolfo Marques, essa participação das mulheres têm se estabelecido por causa da obrigatoriedade para partidos, coligações de terem pelo menos 30% das candidaturas especiais para mulheres e deve ser comemorada, ainda que não seja equivalente à população feminina.

“Assim ampliamos a representatividade, anseios e pautas envolvendo as mulheres. Mas ainda é um crescimento tímido. Afinal, 34% ainda está muito longe de sequer metade das candidaturas. O que precisa ser mudado, visto que as mulheres são a maioria no Brasil, quase 53%. Mas infelizmente, a representatividade só será adquirida com o tempo, pois existe uma questão cultural que precisa ser mais trabalhada, termos mais espaços para que as mulheres possam expor mais suas capacidades de até mesmo conduzir o país, estados e municípios”, diz Rodolfo.

Protagonismo feminino aumentou

Apesar do padrão que permanece, nos cargos de governador e vice, o protagonismo aumentou. Em 2018, apenas 2 eram candidatas a vice; e em 2022, 2 são candidatas ao governo e 5 a vice. O especialista acredita que essa presença feminina nessas candidaturas ao lado de homens podem equilibrar as chapas. “Você precisa dialogar cada vez mais com o público feminino e fortalecer a crença de que as mulheres também se fazem e devem se fazer presente dentro do ambiente político-partidário e na ocupação de cargos públicos e eletivos”, considera.

A candidatura de pessoas casadas é, historicamente, a maioria do total. Para Rodolfo, isso é reflexo da cultura conservadora do país. “Essa questão de pessoas casadas nas candidaturas remontam um histórico cultural, mostrando traços do conservadorismo do nosso Brasil, com essa ideia da monogamia, embora tenham pessoas que estejam casadas pela segunda, terceira vez, mas historicamente você tem esse dado, em que a maioria são pessoas casadas. E isso é explorado até mesmo em campanhas em que, às vezes, o candidato a um cargo eletivo mostra a sua família, a mulher que eventualmente pode ser a primeira-dama do Estado. Então podemos até entender que essas pessoas são as mais votáveis, mas eu penso que tem mais essa questão política de um viés mais conservador, que é um traço muito próprio da cultura brasileira”, conta.

Maioria se declara parda

Quanto à raça, candidatos que se declaram pardos ainda são a maioria há anos, estando logo atrás os brancos. Apesar de mais este padrão que se repete, os autodeclarados negros ganharam mais espaço este ano. Em 2018, eles eram 8,9% (80) entre as candidaturas. Agora, eles são 15,08% (149) do total.

Para Rodolfo, esse é mais um dado que deve ser comemorado. “É essencial que haja essa questão da representatividade nas candidaturas, mas além disso, a gente também precisa observar isso nas urnas. Quantos serão eleitos? Mas de fato, quanto mais candidaturas, maiores as chances de serem eleitos. E no caso de eleitos, que possam defender bandeiras de inclusão, não só em relação às cotas raciais, que são um avanço importante da nossa sociedade, mas principalmente para reforçar o aspecto social, lutando por um nível de igualdade entre as raças.

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