Lula viaja a países da Ásia para ampliar mercado de carne e acordo com Mercosul

Presidente da República visa expandir as exportações de carne bovina e suína ao território japonês e fechar negócio atrelado ao Mercosul

Gabriel Bentes | Especial para O Liberal
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja neste sábado (22) ao Japão e ao Vietnã para realizar 25ª viagem internacional no 3º mandato, com objetivo de ampliar o mercado brasileiro de carne e possibilitar acordo do Mercosul (bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia) com o país nipônico e a venda de aeronaves da Embraer para os 2 países. Cerca de 100 empresários brasileiros devem acompanhar o chefe do Executivo em seu périplo aos países asiáticos, que vai o dia até 30 de março.

Lula também aproveitará os encontros internacionais para reforçar a defesa do multilateralismo, em um contexto de reconfiguração geopolítica desde o início do segundo mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (partido Republicano). O presidente da República pretende demonstrar que o Brasil mantém um diálogo ativo e relações comerciais sólidas com países relevantes da Ásia, e que não está restrito à zona de influência da China na região.

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O presidente embarca às 21h deste sábado na Base Aérea de Brasília. Em seguida, fará uma parada em Houston, no Texas (EUA), para trocar de aeronave e, assim, seguir para Tóquio. A comitiva de Lula é integrada por ao menos 17 políticos e 47 assessores da Presidência e de ministros, além de técnicos de outros órgãos.

Para a viagem, o petista convidou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), além dos seus antecessores à frente das duas Casas, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Também receberam convites os líderes dos partidos aliados.

Esta é a 1ª recepção de Estado que o Japão faz desde 2019, quando recebeu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), ainda no seu 1º mandato.

Brasil melhora condição sanitária e abre oportunidades

Em território japonês, Lula buscará garantir o compromisso de uma missão sanitária do Japão de visitar o Brasil em breve. A realização dessa inspeção é crucial para que o mercado nipônico abra as portas para a carne brasileira.

“Existe um empenho político de fazer avançar esse assunto. Porque o Brasil é um grande produtor do agronegócio, muito competitivo, muito seguro e muito responsável. Nós achamos que isso é algo que é importante e que deve ser reconhecido. Isso depende do entendimento que está em curso. Acho que a visita do presidente certamente ajuda nesse sentido”, disse secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Saboia, em entrevista a jornalistas.

Em maio do ano passado, o Brasil encerrou a vacinação dos últimos rebanhos contra a febre aftosa e se declarou um país livre da doença. Com a zona livre, o governo defende que o país atende a todas as condições impostas pelo Japão para tornar-se exportador para o país.

“O Brasil vem melhorando sua condição sanitária há muitos anos. Hoje já tem a condição sanitária de zona livre de febre aftosa sem vacinação, uma condição da Organização Mundial de Saúde Animal, o que já deveria nos habilitar a ter acesso ao mercado japonês. Mas isso depende de uma série de possibilidades, incluindo uma missão sanitária de avaliação de risco”, afirmou Saboia.

Segundo dados do governo brasileiro, o Brasil tem por 20% da produção mundial de carne bovina e detém 25% do mercado global desse produto. O Japão importa anualmente US$ 4 bilhões em carne, mas o Brasil ainda não participa desse mercado.

Durante a viagem, Lula também visa expandir as exportações de carne suína. Atualmente, apenas Santa Catarina tem autorização sanitária para exportar o produto para território japonês, mas, conforme Saboia, outros estados brasileiros estão preparados para também enviar. A missão sanitária também terá como objetivo avaliar esse setor.

Embora a abertura do mercado de carne bovina possa levar alguns meses, a iniciativa de Lula no Japão ocorre em um contexto de pressão sobre os preços dos alimentos no Brasil. O aumento nas exportações tende a diminuir a oferta no mercado interno, o que pode agravar a inflação. Além disso, a alta do dólar torna as exportações mais vantajosas para os produtores, enquanto os insumos importados utilizados na produção local ficam mais caros.

Acordo do Mercosul

O Mercosul se empenha para tentar fechar um acordo comercial com o Japão. Apesar das conversas serem iniciais, a conclusão das negociações entre a União Europeia e o bloco que inclui o Brasil em dezembro do ano passado pode ajudar a pressionar os japoneses a fecharem negócios com o bloco que inclui o Brasil. 

Convite ao Vietnã à cúpula do BRICS 

Lula planeja convidar o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, para a cúpula do Brics, que ocorrerá nos próximos dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro. Em 2024, o país foi convidado a se tornar parceiro do grupo, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e, mais recentemente, passou a contar com a Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia como parceiros. No entanto, o governo vietnamita ainda não divulgou uma posição oficial sobre o convite.

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