Lula demite Alessandro Moretti após escândalo de espionagem na Abin

A substituição ocorre após uma nova fase da operação da Polícia Federal que investiga a suposta vigilância ilegal pela Abin, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

O Liberal
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Após suspeitas de conluio envolvendo membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na espionagem de opositores durante o governo Bolsonaro, o governo federal optou por fazer alterações na cúpula da agência e demitiu o vice-diretor, Alessandro Moretti. 

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A substituição ocorre após uma nova fase da operação da Polícia Federal que investiga a suposta vigilância ilegal pela Abin, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A suspeita é de que o antecessor de Lula utilizou a agência para espionar membros da oposição, principalmente parlamentares. 

Após a ação, o ministro relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, levantou o sigilo da decisão que autorizou as operações e expôs as alegações da PF sobre o desempenho da liderança da agência indicada pelo presidente Lula. 

Sucessor 

Cepik assumirá o cargo de Moretti, sendo que atualmente lidera a Escola de Inteligência da Abin. Cepik, que é cientista político, já dirigiu o Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) em Porto Alegre (RS). Os diretores de sete divisões da agência também serão substituídos, indicando uma ampla reestruturação do serviço de inteligência.

Embora não haja uma acusação direta contra Moretti, percebe-se um processo de desgaste, principalmente devido à desconfiança do governo federal em relação à sua ligação com Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro.

Dessa forma, a situação tornou-se insustentável e a mudança foi realizada para acalmar, inclusive, a direção da própria agência. A escolha de um profissional de carreira para o segundo posto mais alto do órgão também visa atender aos membros da agência de inteligência.

Ao mesmo tempo, a reorganização estrutural na Abin assegura a permanência do atual diretor-geral, Luiz Fernando Correia, que também estava sendo criticado, inclusive por membros da Polícia Federal, instituição à qual ele pertence e já liderou no segundo mandato de Lula. 

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