Lula chama agressores de autoridades de '171', referindo-se ao caso Alexandre de Moraes

Presidente afirmou que se a agressão de ministros do STF por conta de sua posição 'virar moda', o voto pode vir a se tornar secreto

O Liberal
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Durante o programa "Conversa com o Presidente", sua live semanal no YouTube, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, abordou o ataque ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ocorrido em Roma, na Itália. Lula afirmou que indivíduos que ofendem autoridades e adversários políticos nas ruas são "171", posto que a maioria dessas pessoas têm histórico de processos judiciais ou envolvimento em crimes e estelionato. Para o presidente, pessoas sérias não recorrem a tais comportamentos e evitam ofender os outros em locais públicos, como restaurantes.

"Toda vez que você entrar num lugar e alguém te provocar, esse alguém é ‘171', pode ter certeza! Se ele for homem ou mulher... Se ele for daqueles grosseiros que te xinga, ele é ‘171', e pode apostar que ele responde a algum processo, cometeu algum erro, algum crime, ou ele é estelionatário, Um homem sério e uma mulher séria, se estiverem em um restaurante, não vão ofender ninguém", disse Lula.

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A medida foi tomada dias após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e a sua família alegarem terem sido vítimas de agressão na última sexta-feira (14), no aeroporto internacional de Roma

Lula também expressou sua preocupação com a normalização desse tipo de prática, alertando que, se a moda de ofender ministros por discordâncias políticas prevalecer, eles não terão mais sossego. "Se vale a moda desse cidadão que vai xingar o ministro que votou uma coisa que ele não gosta, os ministros não terão mais sossego no Brasil, ou seja, o voto vai ter que ser secreto para que ninguém saiba em quem ele votou."

Presidente já havia chamado suspeito de "canalha"

No domingo anterior, durante a posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o presidente Lula chamou o suspeito de hostilizar Moraes de "canalha" e instou a população a se manter vigilante, pois embora Bolsonaro tenha sido derrotado, os "bolsonaristas" ainda se manifestam com hostilidades nas ruas. Ele condenou veementemente o incidente ocorrido em Roma, no qual o ministro foi ofendido e seu filho agredido.

Em outra ocasião, durante entrevista coletiva em Bruxelas, na Bélgica, após a reunião de cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia (UE), Lula reforçou a necessidade de punir severamente aqueles que propagam ódio, considerando-os como "animais selvagens" e ressaltando a importância de combater discursos de ódio na sociedade.

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