Lideranças repercutem decisão do presidente Bolsonaro (PL) de pedir anulação de votos
João Amoedo; presidente do PT, Gleisi Hoffmann; e Rodrigo Pacheco consideram a atitude irresponsável, mas Bia Kicis e Mário Frias a defendem
As redes sociais em todo o país repercutem a decisão do presidente Jair Bolsonaro e do Partido Liberal (PL) de pedir a anulação dos votos registrados em 279 mil urnas eletrônicas no Segundo Turno das eleições 2022, realizado em 30 de outubro passado. Ex-candidato à Presidência pelo Partido Novo, João Amoedo chama a atitude de 'irresponsável e diz que ela quer tumultuar a transição'.
"O PL, em uma atitudade irresponsável e com o intuito de tumultuar a transição, questiona a confiabilidade das urnas. Mas só as do 2º turno, mesmo tendo sido as mesmas utilizadas no 1º turno", escreveu Amoedo no twitter, na tarde desta terça-feira (22).
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Ainda, segundo Amoedo, "Alexandre de Moraes demanda, corretamente, que o PL apresente o relatório dos 2 turnos".
A representação assinada pela coligação "Pelo Bem do Brasil", que reúne PL, PP e Republicanos, foi protocolada na tarde desta terça-feira (22), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O assunto tem grande aderência de comentários contra e a favor nas redes sociais.
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, também reagiu nas redes sociais contra a decisão do Presidente da República e do PL de pedir anulação de votos.
"Ação de Bolsonaro no TSE é chicana que tem de ser punida como litigância de má-fé. Chega de catimba, de irresponsabilidade, de insultos às instituições e à democracia", escreveu a presidente do PT.
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) disse que ação é uma insensatez. A legenda lembrou que o sistema eleitoral brasileiro "já elegeu líderes de centro de direita e de esquerda utilizando a urna eletrônica".
"É uma insensatez e terá a objeção das nossas instituições, da comunidade internacional e da sociedade brasileira. O momento é de colaborar democraticamente com a transição de governo", compartilhou o PSDB.
Para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, "o resultado das urnas é inquestionável", afirmou ele. Pacheco disse ao site 'O Antagonista' que não acompanhou detalhes do relatório do PL sobre urnas eletrônicas, mas que reconhece o resultado que elegeu Lula.
“O que eu tenho é o conhecimento nacional é de que o resultado e o relatório de urnas válidos são do dia 30 de outubro, quando houve a abertura das urnas e foi dada a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva”, disse. “Eu considero que esse fato é inquestionável”, acrescentou.
Pacheco afirmou, porém, que é necessário que se conheça “quais são os argumentos, para poder eventualmente responder” às demandas do partido.
Deputados federais eleitos defendem Jair Bolsonaro e o PL
Reeleita deputada federal pelo PL, Bia Kicis defendeu a posição de Jair Bolsonaro e do partido que ela integra. "Só pra deixar uma coisinha clara. Quem decide o que quer pedir ao juiz é a parte e não o juiz. Ao juiz cabe analisar o pedido e seus fundamentos, que no caso são técnicos e não retórica jurídica. Mas Alexandre não está ligando para as normas mais básicas do processo, ao que parece", afirmou ela no Twitter, na noite desta terça-feira.
Kicis disse que o que a interessa é a lisura do pleito. "Não tenho medo de lutar pela verdade. O povo quer transparência", afirmou. "Queremos transparência nas eleições mesmo que isso custe o mandato dos já eleitos. Não há democracia sem transparência e muito menos com censura. Estamos vivendo momentos muito difíceis que precisam ser denunciados! Hoje vivemos uma verdadeira ditadura do judiciário", complementou a deputada federal.
Ex-secretário de Cultura de Jair Bolsonaro, o agora deputado eleito pelo PL, Mário Frias, também reagiu a favor do presidente da República. "Queremos transparência nas eleições mesmo que isso custe o mandato dos já eleitos. Não há democracia sem transparência e muito menos com censura", afirmou ele.
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