Justiça afasta servidor do Ministério do Desenvolvimento por desvios na PB

A Polícia Federal chegou a requerer a prisão preventiva, mas não obteve aval do Ministério Público

Agência Estado

Aberta em conjunto pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF) na manhã desta quinta-feira, 18, a Operação Bleeder tem como um de seus alvos o servidor Celso Mamede Lima, do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que foi afastado do cargo sob suspeita de envolvimento em uma organização criminosa que teria desviado dinheiro público de obras de açudes no interior da Paraíba.

O afastamento foi determinado na quarta-feira, 17, pelo juiz Thiago Batista de Ataíde, da 14.ª Vara Federal da Paraíba, a pedido dos investigadores. A Polícia Federal chegou a requerer a prisão preventiva, mas não obteve aval do Ministério Público.

"Embora haja indícios de que tenha auxiliado a suposta organização criminosa, através da vistoria de obras e aprovação de projetos, tenho que não se mostra necessária a sua prisão, posto que a ordem pública pode ser resguardada por medida mesmo gravosa, como bem destacado pelo próprio MPF. Ademais, não há provas de que esteja concorrendo em práticas ilícitas na atualidade, sendo desnecessária a prisão", concluiu o juiz.

Procurado pela reportagem, o Ministério do Desenvolvimento informou que exonerou o servidor."Tão logo tomou conhecimento dos fatos, o Ministro do Desenvolvimento Regional determinou a exoneração do servidor investigado e a instauração de procedimentos internos de apuração de responsabilidades, tanto administrativos como disciplinares", diz a pasta.

Mamede é assessor técnico na Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano, onde foi operacionalizado o 'tratoraço', esquema de compra de apoio parlamentar relevado pelo Estadão.

A investigação aponta o servidor como 'braço burocrático' da organização criminosa que teria usado empresas de fachada para fraudar licitações e desviar dinheiro de obras públicas executadas por meio de convênios entre o Ministério do Desenvolvimento e municípios paraibanos. De acordo com a PF, ele teria usado o cargo para beneficiar o grupo investigado em vistorias e na aprovação de projetos.

COM A PALAVRA, O MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

"O Ministério do Desenvolvimento Regional informa que não compactua com nenhum ato ilícito e que está colaborando com os órgãos de controle para a apuração dos fatos investigados no âmbito da operação Bleeder, conduzida pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Controladoria Geral da União.

Tão logo tomou conhecimento dos fatos, o Ministro do Desenvolvimento Regional determinou a exoneração do servidor investigado e a instauração de procedimentos internos de apuração de responsabilidades, tanto administrativos como disciplinares."

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