Guerra entre Israel e Hamas completa 3 meses; mortos sobem para de 22 mil
Conflito começou no dia 7 de outubro com ataque do Hamas a Israel
A guerra entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas na Faixa de Gaza completa três meses neste domingo (7) sem indícios de um possível término. Para especialistas, a projeção é de um conflito de tempo indefinido. “Israel continuará lutando o tempo necessário para eliminar os instrumentos do Hamas, o que pode levar a um retorno dos bombardeios no curto e médio prazo”, projeta o internacionalista Eduardo Olivera.
De acordo com um balanço divulgado na última sexta-feira (5) pelo Ministério da Saúde do enclave palestino, que é controlado pelo grupo Hamas, em 90 dias de guerra, o número de mortos na Faixa de Gaza já ultrapasou 22 mil, entre os quais 9,6 mil crianças e pelo menos 6,7 mil mulheres. Também são contabilizados 57,9 mil feridos e cerca de 7 mil desaparecidos. O conflito foi deflagrado em 7 de outubro, após ataques do Hamas a Israel que deixaram 1,2 mil mortos.
Na avaliação de Olveira, a guerra, porém, tem sido custosa para os cofres públicos de Israel, o que tem levado a um clamor por uma mudança na abordagem do conflito. “Podemos esperar uma abordagem mais ponderada, especialmente devido à pressão de parceiros de Israel, como os Estados Unidos. Considerando que (Joe) Biden pode tentar uma reeleição, ele precisa ser cauteloso quanto aos conflitos em que vai se envolver”, avalia.
Na terça-feira (2), um ataque atribuído a Israel no Líbano resultou na morte do número dois do Hamas, Saleh al-Arouri. O ataque, que potencializou as tensões no Oriente Médio, ocorreu em Dahiyeh, nos subúrbios de Beirute. Este foi o primeiro ataque de Israel na capital libanesa desde o início do conflito em Gaza. Até agora, os confrontos com o Hezbollah, grupo aliado ao Hamas, se limitavam às proximidades da fronteira.
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“O Oriente Médio é um cenário instável. Esses eventos sugerem sim uma possível escalada do conflito entre Israel e o Hamas para um conflito regional. No entanto, penso que essas são tensões pontuais, que podem avançar para um conflito mais político. Contudo, precisamos considerar as explosões no Irã, os ataques marítimos de rebeldes, entre outros incidentes, como sinais de agravamento das tensões na região”, pondera Eduardo Oliveira.
Pressões sobre Israel
Eduardo Oliveira afirma que a guerra entre Israel e Hamas continua “com bastante força”, entretanto, Israel tem sofrido pressões para uma nova abordagem. “Os Estados Unidos, apesar de serem assumidamente apoiadores de Israel, têm cobrado ações mais assertivas e pontuais na eliminação do que eles chamam de terrorismo, em vez de bombardeios indiscriminados que resultam em grandes perdas civis. Isto tem levado a opinião pública para a causa palestina”, avalia.
Para o internacionalista, desmantelar o Hamas e tudo o que ele representa é “uma tarefa muito difícil, especialmente porque os principais líderes do grupo não estão na Faixa de Gaza, o que dificulta seu desmantelamento”. Os objetivos iniciais de Israel na guerra contra o Hamas são recuperar reféns, aponta Eduardo. “O plano de Israel é desmantelar o Hamas, mas aniquilar completamente a ideia que ele representa é quase impossível”, concluí.
Veja linha do tempo de conflito entre Israel e Hamas
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