Google é multada em R$ 60 mil pelo TSE por descumprir decisão sobre campanhas de Lula e Bolsonaro

Neste tipo de ação, se o TSE considera que houve irregularidades, o político pode ficar inelegível por 8 anos

Luciana Carvalho
fonte

Google foi multado em R$ 60 mil pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por descumprir, parcialmente, uma decisão anterior que determinava que a empresa fornecesse informações sobre as propagandas realizadas pelas campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) por meio de links patrocinados. A decisão foi do ministro Benedito Gonçalves

O caso é um desdobramento de uma ação apresentada pela campanha de Bolsonaro contra Lula, ainda nas eleições de 2022. Neste tipo de ação, se o TSE considera que houve irregularidades, o político pode ficar inelegível por 8 anos.

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro aponta que teria havido abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação pela campanha de Lula ao usar links patrocinados do Google para modular e filtrar as buscas dos eleitores na página. Já a defesa do presidente Lula, nega irregularidades no caso.

De acordo com o ministro do TSE, diante dos pedidos de informação, o Google respondeu apenas parte das solicitações. O ministro discordou do questionamento da empresa em relação ao prazo no qual as medidas deveriam ser cumpridas — se imediatamente ou após a análise de recursos que discutem o alcance dos dados a serem fornecidos.

VEJA MAIS

image Rússia multa Google em US$ 360 milhões por conteúdo sobre Ucrânia
Segundo o órgão que regula as telecomunicações russas, a decisão foi tomada por um tribunal de Moscou porque a empresa não removeu conteúdos considerados ofensivos sobre a guerra

[[(standard.Article) França multa Google em US$ 593 mi por violar ordem sobre veiculação de notícias]]

image Google tem 10 dias para fazer acordo com governo sobre violação de privacidade
Google pode pagar uma multa de R$ 9,7 milhões em condenação

Para o corregedor-geral eleitoral, a empresa não apresentou uma justificativa técnica para atender à determinação no prazo.  "O questionamento é incompatível com a posição de destinatária de requisição judicial. Sem dúvida, cumpre a terceiro, desinteressado no processo, atender a determinações judiciais de forma objetiva, não lhe assistindo espaço para tecer considerações acerca de petições e requerimentos apresentados pelos litigantes. Assim, não assiste à Google Brasil Ltda., a pretexto de aguardar a análise dos embargos opostos pelas partes, a prerrogativa de suspender o cumprimento da diligência que lhe foi ordenada", afirmou o ministro.

Gonçalves também negou recursos das duas campanhas que questionavam a determinação para que o Google fornecesse dados sobre "todas as campanhas publicitárias contratadas" pelos candidatos, fornecendo os respectivos dados quanto ao número de acessos.

O corregedor pontuou que, no pedido inicial, a campanha de Bolsonaro apontou somente um anúncio como desinformativo e a necessidade de se medir o alcance da veiculação.

O ministro defendeu que para se estimar a repercussão do material,  que é um dos requisitos para verificar se houve abuso de poder, é preciso avaliar o tema de forma contextualizada. "A determinação da diligência, de ofício, é regular, bem como pertinente à elucidação do objeto da ação", afirmou.

  (Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Política
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM POLÍTICA

MAIS LIDAS EM POLÍTICA