Encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil responde a Bolsonaro

Presidente se disse neutro em relação à guerra e afirmou que o povo ucraniano ‘confiou num comediante o destino de uma nação’

O Liberal
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Anatoliy Tkach, encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, deu várias respostas às últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a invasão da Ucrânia por tropas russas. As informações são da Agência Estado.

O ucraniano afirmou, nesta segunda-feira, 28, na embaixada em Brasília, que a declaração de neutralidade de Jair Bolsonaro em relação à invasão russa pode resultar de “falta de informação”. E aconselhou o chefe do Executivo brasileiro a ligar para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

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"Os presidentes ainda não conversaram depois do início da agressão", disse Anatoliy. Ele espera que o governo brasileiro mantenha seu posicionamento na ONU (Organização das Nações Unidas). O Brasil foi uma das 11 nações favoráveis à resolução proposta por Estados Unidos e Albânia que condenou, na sexta-feira (25), a invasão russa ao território ucraniano.

"O presidente do Brasil se pronunciou neutro. Eu acho que ele pode ser mal informado, não sabe a situação atual que acontece na Ucrânia", disse Anatoliy Tkach .

"Penso que o presidente do Brasil está mal informado, talvez fosse interessante ele conversar com o presidente ucraniano para ver outra posição e ter uma visão mais objetiva. Neste momento, não se trata de apoio à Ucrânia, mas apoio aos valores democráticos, ao Direito Internacional, incluindo os fundamentos como a não violação das fronteiras, o respeito de soberania do Estado e de integridade territorial."

‘Comediante’

Anatoliy Tkach também respondeu à declaração de Bolsonaro, que, sábado, 27, no Guarujá, afirmou que a Ucrânia "confiou num comediante o destino de uma nação".

"Não importa qual foi a profissão dele (Zelensky) antes de ser eleito, agora ele é o líder da nação", disse o encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil. "O nosso presidente é democraticamente eleito e está liderando a guerra com o segundo maior exército do mundo."

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