CPMI do 8 de janeiro: ex-diretor da Abin afirma que entidade detectou estímulo a invasões
Saulo Moura da Cunha garantiu que, entre o dia 2 de janeiro e o final do dia 8 janeiro, a Abin produziu 33 alertas de inteligência
Na primeira sessão após a volta do recesso parlamentar, a Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques de 8 de janeiro aos Poderes da República, a chamada "CPMI do 8 de janeiro", nesta terça-feira (1º), os membros receberam o ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, para depoimento.
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A relatora da Comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), fez uma série de perguntas ao depoente sobre os ataques às sedes dos Três Poderes que ocorreram no dia 8 de janeiro, em Brasíia. Questionou, por exemplo, se o levantamento de informações feito pela Abin foi repassado às autoridades e quais órgãos tiveram acesso a esses dados.
Saulo respondeu que participou do grupo de transição do governo Lula, em dezembro, e permaneceu por dois meses na base. Durante sua gestão, segundo ele, foram produzidos relatórios de inteligência com "algum teor desse tipo", que foram encaminhados em janeiro. Porém, ele disse não lembrar dos dados "de cabeça".
"Eu posso lhe dizer que esses relatórios são técnicos e, normalmente, esses relatórios são encaminhados para órgão do Sistema Brasileiro de Inteligência [Sisbin] que tenha área de atuação referentes ao tema. Então, de cabeça, eu realmente não sei e tenho certeza que, se isso for solicitado à Abin sobre a difusão desses relatórios, a Agência vai fornecer para a senhora", retrucou.
Ataques
Gama perguntou se o ex-diretor da Abin tinha conhecimento sobre os ataques que estavam ocorrendo em janeiro. Saulo garantiu que, entre o dia 2 de janeiro e o final do dia 8 janeiro, a Abin produziu 33 alertas de inteligência, que são processados, ou seja, chegam por uma das fontes da Agência e passam por análises.
"Nesses alertas, que, inclusive, já foram disponibilizados à CPMI, nós falamos ali que houve detecção de estímulo a invasões e ocupações de prédios, nós falamos no próprio dia 8 sobre a presença de pessoas que se diziam estar armadas e, posteriormente, e, em um dos documentos enviados para cá, nós apresentamos a identificação de algumas dessas pessoas. Então, em tempo real, a Abin produziu esses alertas", garantiu.
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