CPI do MST se encerra sem votação do relatório; oposição culpa 'manobra' do governo

Tenente-Coronel Zucco diz que governo federal 'adotou táticas questionáveis e cobrou um preço dos partidos aliados e dos cargos concedidos'

O Liberal
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) encerrou suas atividades nesta quarta-feira (27) sem chegar a uma votação do relatório apresentado pelo relator Ricardo Salles (PL-SP). Membros da CPI criticaram supostas manobras realizadas pelo governo federal em colaboração com o Centrão, e acusam o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de não cumprir um compromisso para assegurar a votação.

O presidente da CPI, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), afirmou: "Este governo federal adotou táticas questionáveis e cobrou um preço dos partidos aliados e dos cargos concedidos. Isso teve um impacto direto na aprovação do relatório". Apesar disso, Salles anunciou que o relatório final será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), à Procuradoria-Geral Eleitoral e ao Tribunal de Contas da União (TCU).

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Muitos deputados da oposição elogiaram o trabalho realizado pela CPI, embora o objetivo final de aprovar o relatório não tenha sido alcançado. Tanto Zucco quanto Salles acreditavam que conseguiriam a aprovação do documento.

Salles acusa "manobras regimentais"

"Se o relatório tivesse sido submetido à votação ontem, teria sido aprovado, mas infelizmente as manobras regimentais não permitiram que isso acontecesse", observou Salles. Ele já havia feito concessões ao Centrão para garantir a aprovação, como a retirada do nome do deputado Valmir Assunção (PT-BA) da lista de indiciados, temendo que isso levasse à cassação do parlamentar e pudesse abrir precedentes para futuras condenações de outros deputados.

O presidente da CPI e o vice-presidente, Kim Kataguiri (União-SP), haviam dialogado com o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), para garantir votos favoráveis ao parecer final, o que foi assegurado. No entanto, ainda faltava o diálogo com Lira.

Membros da CPI do MST afirmam que, ao conversar com Lira, receberam a garantia de que ele concederia o tempo necessário para que o relatório fosse votado, o que não se concretizou.

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