CPI das ONGs do Senado vai realizar audiências em Altamira e Santarém
Também foram aprovados requerimentos obrigando governadores e prefeitos de capitais da Região Norte a prestarem informações sobre contratos e parcerias com essas entidades
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga repasses de verbas públicas e privadas a organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Amazônia aprovou, nesta terça-feira (27), requerimento para realização de audiências nos municípios de Altamira e Santarém, no Pará. "São duas cidades emblemáticas pela força das ONGs, são as que mais esse setor se movimenta. Seria necessário a gente ouvir as pessoas e outras organizações que tenham sido prejudicadas frontalmente pelas ações de ONGs", declarou o senador Zequinha Marinho (Podemos/PA), que apresentou o pedido.
Ainda não foi definido quando essas audiências serão realizadas. Os membros da CPI ainda vão debater as datas e quem serão os convidados.
Ainda nesta terça-feira, também foram aprovados requerimentos para que todos os governadores e prefeitos de capitais da Região Norte sejam obrigados a prestar informações sobre contratos e parcerias feitas com organizações da sociedade civil entre 2002 e 2023. As solicitações foram apresentadas pelo relator do colegiado, o senador Marcio Bittar (União-AC). Segundo ele, os requerimentos são semelhantes aos aprovados na terça-feira passada (20) para prestação de informações por órgãos como Tribunal de Contas da União (TCU), Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Controladoria-Geral da União (CGU).
Os documentos contratuais, inclusive os sigilosos, serão analisados pela Comissão. Eles se referem sobre temas relacionados à preservação do meio ambiente, mudanças do clima ou populações indígenas que foram firmados com organizações não governamentais ou organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips).
VEJA MAIS
Outro requerimento aprovado, do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), estabelece a realização de audiência pública com a presença do líder ianomâmi Davi Kopenawa, para falar sobre a atuação de ONGs especialmente no estado de Roraima. O líder indígena Aurélio Tenharim também foi convidado para comparecer à CPI, a pedido do senador Plínio Valério (PSDB-AM).
"O objetivo da comissão não é demonizar as ONGs, mas separar o joio do trigo”, diz Plínio. Ele também autor de requerimento para que o ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) informem sobre estudos técnicos empregados na expansão de terras indígenas e criação de unidades de conservação, respectivamente. A solicitação já foi aprovada.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA