Bolsonaro volta a pregar soberania da Amazônia e a criticar Macron

O pronunciamento foi feito através de videoconferência, na reunião dos presidentes dos países amazônicos

Agência Estado

O presidente Jair Bolsonaro reiterou nesta sexta-feira, 6, em rápido pronunciamento feito através de videoconferência, na reunião dos presidentes dos países amazônicos, que discutem a crise ambiental na Amazônia, que é preciso manter a soberania sobre as riquezas da região. O encontro acontece na cidade de Letícia, na Colômbia.

"A Amazônia é nossa e a soberania de cada um de nós é inegociável", disse, reiterando que o tratado denominado "Pacto de Letícia pela Amazônia", a ser assinado por seis dos nove países amazônicos reunidos, deve deixar claro essa soberania e a exploração das riquezas pelos países da região.

Além de defender a soberania da Amazônia e a união de todos os países da região em prol das riquezas locais, Bolsonaro voltou a criticar o presidente da França, Emmanuel Macron. Segundo o mandatário, há uma ameaça dos países desenvolvidos, como a França, à soberania da região. "Devemos evitar as queimadas, mas o furor internacional (provocado pelas notícias sobre as queimadas) serviu para Macron nos atacar." E destacou que sua gestão pensa no "índio, no meio ambiente, no mosquitinho e na cobra".

Na sua avaliação, a despeito das críticas e "ataques à soberania amazônica", o lado bom é que toda essa crise despertou o patriotismo e alertou para a necessidade de desenvolvimento da região. "Não podemos ser meros exportadores de commodities", disse, através da videoconferência feita do Palácio do Planalto. E continuou: "Temos tudo para sermos grandes com essas riquezas e eu faço um apelo a vocês (aos dirigentes dos outros países amazônicos). Nós temos o que os outros não têm, por isso os outros países querem as nossas riquezas e lamento que o Brasil tenha ficado adormecido por décadas", disse, prometendo que este cenário irá mudar na sua gestão.

Índio

As demarcações de terras indígenas também foram outro alvo das críticas do presidente brasileiro. Ele voltou a criticar o que classifica de "indústria das demarcações", incentivadas pelos governos de esquerda. E indagou: "Se na Bolívia um índio (o presidente Evo Morales) assumiu a presidência do país, porquê no Brasil eles têm de ficar confinados em uma reserva?"

No início de seu pronunciamento de cerca de dez minutos, Bolsonaro disse que não pode estar presente ao encontro por recomendação médica. Ele fará neste domingo, 8. uma cirurgia para correção de uma hérnia incisional, no local onde foi atingido, há um ano, por uma facada, na campanha presidencial de 2018, na cidade de Juiz de Fora e precisa iniciar hoje uma dieta líquida. Participaram da reunião os presidentes da Colômbia, Iván Duque, Peru, Martín Vizcarra, Bolívia, Evo Morales e Equador, Lenin Moreno, além de representantes do Suriname e Guiana.

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