Bolsonaro é alfinetado em desfile de escolas de samba no Rio
São Clemente exibiu cartazes com as frases 'Tá ok' e 'a culpa é do Leonardo DiCaprio'
Escolas de samba do Rio de Janeiro desfilaram na segunda noite de apresentações do Carnaval carioca, na segunda-feira, apimentando a fusão de música, dança e figurinos com cutucadas no presidente Jair Bolsonaro.
As últimas seis das 13 principais escolas de samba da cidade levaram ao Sambódromo muitos passistas e músicos vestidos com trajes coloridos, alguns com pouca roupa, em meio a enormes carros alegóricos elaborados.
Os desfiles de segunda-feira, que ocorreram até a manhã desta terça, abordaram muitos temas, entre eles o presidente Bolsonaro.
O ator e comediante Marcelo Adnet estrelou o desfile da São Clemente. Vestido com terno azul brilhante e gravata verde-amarela, ele zombou de Bolsonaro ao fazer flexões e gestos como se estivesse disparando uma arma imaginária, imitando o presidente.
Adnet mandando a Flexão do Bozo™ na Sapucaí é 10/10. pic.twitter.com/1Y0cIQsCiR
— Luiz Hygino (@lhygino) February 25, 2020
O carro alegórico da São Clemente também exibia cartazes com as frases "Tá ok", muito usada por Bolsonaro, e "a culpa é do Leonardo DiCaprio", uma referência a Bolsonaro culpando o ator de Hollywood pelos incêndios na Floresta Amazônica no ano passado.
São Clemente e Marcelo Adnet, retratam Bolsonaro como ele é. Um mentiroso, envolvido com o laranjal.
— TromPETISTA 🎺 (@Trom_Petista) February 25, 2020
🍊🎼Brasil, compartilhou, viralizou, nem viu
E o país inteiro assim sambou
Caiu na fake news 🎼🍊
Compositor: @MarceloAdnet pic.twitter.com/iSk9ulLu30
Desde a posse de Bolsonaro em janeiro de 2019, os brasileiros estão fortemente divididos entre os que o apoiam, creditando a ele uma rápida queda na criminalidade e melhora na economia, e os que o criticam, denunciando seu racismo, sexismo e postura em relação ao meio ambiente.
No domingo, a famosa escola de samba Mangueira abordou o fervor religioso de direita e o aumento da violência policial, principalmente no Rio, nos primeiros 14 meses de Bolsonaro no poder.
O samba-enredo da Mangueira incluía trecho que dizia "Não tem futuro sem partilha nem Messias de arma na mão", uma referência a Bolsonaro, cujo nome do meio é 'Messias' e que defende a ampliação da posse de armas.
Favela pega a visão não tem futuro sem partilha, nem messias de arma na mão!
— Dora Figueiredo (@dorafigueiredo) February 24, 2020
Mangueira eu te amo DEMAIS pic.twitter.com/xVUW5Ae10G
Os figurinos, carros alegóricos e coreografias das escolas de samba carioca podem mudar, mas são sempre brilhantes e espetaculares, custando milhões de reais a cada ano.
A apuração com as notas dos jurados ocorre na quarta-feira de Cinzas (26).
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