Refém na Augusto Montenegro: audiência decide se Yann Carlos continua preso
O ato ocorre a partir das 10h desta terça-feira (1º), no Fórum Cível, em Belém
A audiência de instrução e julgamento de Yann Carlos Monteiro Barroso, de 27 anos, preso após fazer uma mãe e os três filhos reféns por mais de 17 horas na avenida Augusto Montenegro, em Belém, em março deste ano, ser nesta terça-feira (1º). A audiência, que será a partir das 10h, no Fórum Criminal, em Belém, vai decidir se o acusado continua preso ou se será solto.
De acordo com a defesa de Ana Júlia de Sousa Brito, vítima de Yann no sequestro, o acusado seria solto com base em uma laudo que comprova insanidade mental. "Mas a defesa da Ana Júlia vai se posicionar contra o parecer e, também, contra o laudo, porque nós acreditamos que ele agiu de forma consciente e queremos que o Yann seja responsabilizado ou, pelo menos, considerado semi-imputável”, explica a advogada da família feita refém, Glauma Ribeiro.
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“Não vemos ele sendo inteiramente incapaz. A gente quer mostrar que ele estava sabendo o que estava fazendo, tanto é que, mesmo após o cumprimento das exigências feitas durante as negociações, ele não liberou a vítima. Se houvesse alguma questão mental, ele teria soltado a Ana Júlia, mas ela só conseguiu se ver livre dele no momento em que fugiu do carro, depois que a polícia abriu a porta [do veículo]”, acrescenta a defesa.
O caso ocorreu no último dia 8 de março e já é considerado o mais longo da história do Pará. Ele foi autuado pela Polícia Civil no dia 16 do mesmo mês pelo crime de roubo qualificado mediante sequestro. Yann está preso no Presídio Estadual Metropolitano III (PEM III), em Marituba, e deve participar da audiência por videoconferência.
Na audiência, o jovem poderá prestar depoimento e contar a sua versão sobre as circunstâncias do caso, mas também terá o direito de permanecer em silêncio. A animadora de festas, Ana Júlia, também participará do ato.
Quase quatro meses após o caso, a família ainda luta para se recuperar dos traumas vividos entre os dias 8 e 9 de março, amplamente divulgado na imprensa local e até mundial. “A família não está recebendo apoio psicológico. O ParáPaz alegou que a mãe não precisava de atendimento, enquanto as crianças só tiveram três consultas durante todo esse tempo. A Ana Júlia está tentando ser mais forte. Ela voltou aos trabalhos há um mês, mas a demanda ainda está baixa. As crianças também ainda estão passando muito mal”, conta Glauma.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que não solicita pedido de soltura e que, atendendo a determinação da justiça, o homem foi atendido pela Equipe de Avaliação e Acompanhamento de Medidas Terapêuticas Aplicáveis às Pessoas com Transtorno Mental em Conflito com a Lei (EAP).
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