Operação Audácia prende PM da reserva e outros suspeitos de milícia e sequestro

A Operação Audácia prendeu nesta quinta-feira (27/06) dois suspeitos de integrar uma milícia e de atuar no sequestro de uma mulher em Barcarena, no dia 17 de junho deste ano. Um dos presos é o policial militar da reserva Jorge de Freitas Guedelha, o outro é William de Souza Modesto. Um terceiro envolvido, Hericlis Neri de Sena, continua foragido. A operação foi executada pela Polícia Civil com apoio da Polícia Militar. Os advogados de defesa de William de Souza Modesto enviaram nota para a Redação Integrada de O Liberal publicada na íntegra ao final desta matéria.   

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A operação, realizada no final da tarde, cumpriu mandados judiciais de prisão preventiva e de busca e apreensão em Ananindeua, Barcarena e Abaetetuba. Os trabalhos foram coordenados pela Diretoria de Polícia do Interior (DPI), da Polícia Civil. No total, 23 policiais participaram da operação.

Dentre os objetos apreendidos estão mais de R$ 51 mil em espécie, um aparelho celular, uma pistola PT 380 Taurus, dois carregadores de munição 380, 57 munições 380, um coldre de pano, joias, 32 munições ponto quarenta, duas de revólver 38, soco-inglês, três carregadores 380, três carregadores ponto quarenta e mídias de memória.

“O nome dado à operação deve-se exatamente à ousadia dos indivíduos de terem abordado essa mulher na rua, mesmo com pessoas tentando evitar o sequestro. Eles efetuaram um disparo e não se intimidaram em cometer esse crime. Atualmente, eles se encontram presos, aguardando o posicionamento judicial”, informou o delegado Mhoab Khayan, responsável pelo caso.

Entenda o caso

Jorge, William e Hericlis são suspeitos de participar do sequestro de uma mulher no dia 17 de junho deste ano, em Barcarena. O crime ocorreu por volta das 11 horas e foi registrado por uma câmera de segurança. A vítima foi raptada próximo de sua residência quando saía de casa para encontrar familiares que, supostamente, precisavam conversar com ela.

Ao chegar à esquina, um carro Gol prata se aproximou. Dois homens armados saíram do veículo, a pegaram pelos braços e cabelos, apontando a arma para as pessoas que tentavam evitar o sequestro. Um dos criminosos ainda chegou a efetuar um disparo contra os populares que tentava evitar a ação dos criminosos. Felizmente, o tiro não atingiu ninguém.

Ela foi trazida para Belém e mantida presa em um condomínio de luxo em Belém, para não levantar suspeitas. Os criminosos exigiram uma quantia em dinheiro aos familiares para libertar a vítima, mas, os parentes contatados não conseguiram reunir o valor exigido. Após algumas horas como refém do grupo, já pela noite, a mulher foi abandonada na Alça Viária, na zona rural de Barcarena, e resgatada por um caminhoneiro que passava pelo local. Ela passou por avaliação clínica, que atestou lesões leves.

Os vídeos do sequestro circularam em redes sociais e causaram grande comoção na cidade de Barcarena. As investigações identificaram os suspeitos Jorge Guedelha e William de Souza Modesto, que contaram com o auxílio logístico de Hericlis Neri de Sena.

O PM da reserva Jorge Guedelha foi preso em Abaetetuba, onde a ação foi acompanhada por um oficial da Polícia Militar, o que garantiu o cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa do policial. O material apreendido passará por perícia da Polícia Científica do Pará. 

Simultaneamente, em Ananindeua, William de Souza Modesto foi preso por uma equipe da Polícia Civil da Divisão de Crimes Funcionais, e com ele foi apreendido com ele um aparelho celular. Hericlis Neri de Sena não foi localizado e é considerado foragido.

RESPOSTA

As advogadas de defesa de Wiiliam de Souza Modesto - Luzely Lima, Lidiane Tavares e Juliana Andrade - enviaram a seguinte nota que publicamos na íntegra:

"A defesa do Sr. William de Souza Modesto vem comunicar por meio da presente nota que foi procurada pelos familiares do mesmo visando o direito de resposta, tendo em vista que teve seu nome veiculado nos meios de comunicação em um suposto crime de sequestro ocorrido na cidade de Barcarena.

Informa que a vítima falsamente acusou o senhor William de Souza Modesto, baseado em fotos e vídeos apresentados na delegacia, o qual o William não aparece em nenhuma das mídias, logo sendo comprovado que o mesmo não participou do sequestro como apontou a vítima, estando o mesmo preso inocentemente, posto que no dia do sequestro em 17/06/2024, o acusado estava em casa realizando serviço nas centrais, conforme câmeras de segurança da sua casa."