Naufrágio Combu: familiares das vítimas fazem reconhecimento dos corpos no IML
O IML explicou que, devido ao avançado estado de decomposição, os corpos não poderão ser velados pelos familiares
Os familiares de Natalino Pantoja, de 77 anos, e Paulo Bittencourt, de 34 anos — duas das últimas vítimas encontradas do naufrágio que ocorreu com uma rabeta que saiu da Ilha do Combu no último domingo, 9 — aguardam para fazer o reconhecimento dos corpos nesta terça-feira, 11, no Instituto Médico Legal (IML), na sede da Polícia Científica do Pará, em Belém. Durante a manhã, os corpos foram localizados próximo à Ilha das Onças por ribeirinhos que acionaram o Corpo de Bombeiros para fazer a remoção.
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Segundo os familiares que estão em frente ao IML, eles aguardam para realizar a entrega dos documentos e dar continuidade aos procedimentos. O IML informou que, devido ao avançado estado de decomposição, os corpos não poderão ser velados pelos familiares. Até por volta das 11h, os corpos ainda não haviam sido liberados.
Está previsto que até o final desta tarde os corpos de Natalino e Paulo sejam liberados para enterro. De acordo com Ana Maria Macedo, nora de Natalino, foi informado pelo IML que o corpo de Paulo Bittencourt será o primeiro a ser liberado. Os filhos de Natalino devem levar o corpo do idoso para a cidade de Barcarena, onde irá ocorrer o enterro. "Os filhos e a esposa do Natalino estão decidindo levar ele para enterrar em Barcarena. Quando estava vivo, ele sempre quis ser enterrado lá. Então eles querem fazer a última vontade do pai. O pessoal do IML disse que os dois têm que ser logo enterrados por causa do condição do corpo", disse Ana Maria.
Aniziane Bittencourt, tia de Paulo, contou que a família da vítima decidiu, após a liberação, levar o corpo dele para a Vila de Santa Maria, que fica no município de Bujaru. "A gente decidiu enterrar ele para o interior também. Vamos organizar tudo e ir para lá", conta. A familiar ainda disse que Paulo não era uma pessoa de sair muito de casa e que foi para o Combu porque teria uma grande afeição ao bebê de seis meses, primeira vítima confirmada do naufrágio.
"Paulo e a família atravessaram para o Combu depois do almoço, no próprio domingo. Ele ainda disse que ia só porque gostava muito do João (primeira vítima). Todos iam voltar juntos de noite. A esposa do Paulo disse que eles esperaram a chuva passar mais para atravessar, mas ainda tava com muita maresia. Nunca imaginaram que algo ia acontecer porque seu Natalino tinha muita experiência para fazer essa travessia. A família ainda usou a bolsa do bebê como boia, mas não tinha espaço pro Paulo segurar. Ele ficou boiando ao redor deles antes de sumir", afirma Aniziane.
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