Naufrágio Combu: familiares e testemunhas contam detalhes do acidente
Duas pessoas continuam desaparecidas. Bombeiros intensificam as buscas no Rio Guamá.
O Corpo de Bombeiros com o auxílio de seus mergulhadores continuaram, nesta segunda-feira, 10, com as buscas pelas três pessoas que desapareceram nas águas do rio Guamá, após uma rabeta que voltava da Ilha do Combu, em Belém, naufragar na noite do último domingo, 9. O corpo da tia da criança, Sara Oliveira, foi encontrado no final da manhã. Madalena Barbosa, mãe de Sara, ficou desesperada ao receber a notícia. Ela gritava bastante e precisou ser amparada por familiares.
Até o momento, seguem desaparecidas duas pessoas: o dono da rabeta, Natalino Pantoja, de 77 anos, e o tios da criança que morreu, Paulo Bittencourt, de 31 anos.
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Testemunhas que trabalham na Feira do Açaí, local onde os sobreviventes do naufrágio desembarcaram, relataram que no momento do acidente chovia muito e isso teria, inclusive, feito os trabalhadores pararem de desembarcar o açaí que chegava. Pedro Barbosa, de 56 anos, presenciou toda a situação e afirma que foi desesperador.
“A gente ia socorrer o bebê, mas a família não quis que fizéssemos a respiração, por que a gente sabe. A criança bebeu muita água. Eles levaram ela para UPA e a família estava desesperada. Eu conheço o Natalino, ele é o avô da criança. Tava com muita chuva, ventania e trovão. A gente estava esperando um barco para tirar o açaí e ninguém enxergava nada no meio do rio, porque a chuva era intensa. Só aquela névoa e maré. Isso deve ter feito o barco virar”, relata Pedro Barbosa. Segundo o atravessador, a escolha de Natalino de atravessar com a chuva intensa foi errada. “Ele não deveria nem ter vindo, com aquela chuva do jeito que tava”, diz.
Conforme os familiares das vítimas, as pessoas haviam passado o final de semana em um sítio no Combu e comemoravam o mesversário da criança. A cunhada de Natalino, identificada como Rosana, aguardava por notícias das equipes do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) sobre as buscas. Segundo ela, Natalino era o proprietário da rabeta e utilizava para transportar pessoas da família. Rosana afirma que tem esperança que encontrem o familiar com vida. “Eu tenho esperança, espero que ele esteja vivo. Ele era pescador, sabia nadar”, desabafa.
Silbeni Bittencourt, tia de Paulo Bitencourt, conta que antes de desaparecer ele ainda chegou a salvar um dos filhos e os país do bebê, identificados até o momento como Manuela e Marcos. “A esposa e o filho, que sobreviveram, contaram que o outro filho de Paulo não sabia nadar. Então ele ficou segurando o adolescente até a chegada de outro barco que ajudou no resgate. Ele também ajudou o outro casal que são pais do bebê que morreu. Mas depois ele desapareceu na água”, revela.
No final da manhã, o corpo de Sara foi encontrado boiando próximo à area do Portal da Amazônia, no bairro do Jurunas. A remoção foi feita pelo 1° Grupamento Marítimo Fluvial (GMaf). De acordo com o Corpo de Bombeiros, As buscas pelos outros corpos irão continuar durante o restante do dia.
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