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Estelionato: empresa de assessoria financeira é investigada por aplicar golpes em Belém

Funcionários públicos são as principais vítimas. Prejuízo já passa de um milhão de reais

O Liberal

Pelo menos 15 servidores públicos, entre ativos e inativos, são vítimas de uma falsa empresa de assessoria financeira que opera há cerca de três anos em Belém. Com o nome comercial "Sax Consultoria Financeira", o empreendimento já soma mais de um milhão de reais em prejuízos causados aos clientes. A Polícia Civil do Pará (PC) já identificou a associação criminosa por trás do negócio e segue com as investigações.

De acordo com o delegado da Seccional da Sacramenta, Arthur Nobre, desde a última segunda-feira, 3, pelo menos 15 pessoas já formalizaram denúncia contra a empresa e as acusações foram comprovadas por meio de documentos. O delegado explica como a associação criminosa atuava:

"A maioria, quase 90% das vítimas, eram servidores públicos que eram procurados por essa empresa e convencidos a fazer um empréstimo consignado. A empresa dizia que ia pegar esse empréstimo e reinvestir o dinheiro. Ao fim de 12 meses, a vítima não precisaria pagar nada do valor que foi emprestado e, além disso, ela ainda ia ganhar uma quantia extra do valor investido".

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Após fechar contrato com a empresa, logo nos primeiros meses de negócio, os clientes chegavam a receber quantias em contas bancárias que pagariam a mensalidade do empréstimo consignado, no entanto, no mês passado, a empresa fechou as portas e os clientes perderam contato com os donos e a gerência. A advogada Susana Carvalho, que representa as vítimas, conta que a todas as pessoas relataram a mesma história:

"Todas elas tem um contrato onde até o mês passado estava sendo cumprido, porém, de uma forma inesperada, todos eles descobriram que a empresa sumiu de onde ela ficava localizada, levando todos os seus pertences, e não se sabe o paradeiro deles. A partir desse mês eles não cumpriram com o acordo combinado", relata a advogada Susana Carvalho.

A falsa assessoria financeira operava em um escritório na Avenida Senador Lemos, em Belém. Segundo o delegado Arthur Nobre, o negócio ilícito já lucrou mais de um milhão de reais às custas dos clientes:

"Mês de agosto eles bateram uma meta de um milhão de reais. Mês passado, eles bateram uma meta de 100 mil reais. Temos informação de que eles atendiam em torno de quatro a cinco vítimas por dia. Até um dos vendedores perceber que era golpe e vir aqui também junto com as vítimas denunciar todo o esquema criminoso. A ação durou em torno de seis a sete meses".

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O delegado conta que também que um funcionário da empresa procurou a delegacia alegando não saber que a operação no empreendimento era um golpe. Entretanto, ela diz que ele também é investigado.

"Um consultor compareceu e corrobora com as versões das vítimas, mas a polícia está investigando os consultores. Os proprietários, sócios e gerentes gerais da empresa já foram identificados. Nós já instauramos um inquérito policial, já ouvimos quase todas as vítimas e alguns consultores. A maioria dos sócios já empreendeu fuga para outros estados da federação, mas nada impede que a polícia vá até eles. Nós estamos na fase inquisitória e investigativa primeiro, em seguida poderá ser emitida uma medida cautelar".

Segundo a advogada Susana Carvalho, medidas devem ser tomadas em caráter emergencial para tentar aplacar os prejuízos causados às vítimas:

"De natureza cível, vamos ingressar com uma ação judicial, com uma tutela de urgência, para solicitar o bloqueio desses descontos no contracheque e também investigar o patrimônio que essa empresa possa ter para indenizar essas vítimas", informa.

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