Aumento de crimes dentro de shoppings em Belém faz população temer segurança
Em enquetes realizadas pelo Grupo Liberal, a maioria dos pesquisados afirma não confiar na proteção dos estabelecimentos comerciais; especialista dá dicas de como se prevenir
Com o aumento de roubos e furtos dentro dos shoppings centers de Belém, a população tem ficado cada vez mais preocupada com a segurança. Em uma enquete realizada pelo Grupo Liberal no portal oliberal.com, por exemplo, em 24h de pesquisa - entre o sábado (04) e o domingo (05), 63% dos votantes dizem se sentir inseguros nestes estabelecimentos. Especialistas afirmam que, neste cenário, é responsabilidade da administração desses locais promover a guarda e proteção dos consumidores.
Na pesquisa realizada no Instagram (@oliberal), quase 800 pessoas responderam via stories. Destas, 59% dizem se sentir inseguro dentro dos shoppings. O conteúdo ficou disponível, também, durante 24h e teve cerca de 2.770 visualizações. Já no Twitter (@oliberal), o padrão visto foi diferente: das respostas obtidas pela enquete, 55% afirmam confiar na proteção dos estabelecimentos. Todos os shoppings da capital paraense foram procurados para comentar esses resultados. Nenhum respondeu até o fechamento da edição.
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Advogado criminalista e mestre em segurança pública, Brenno Miranda afirma que, mesmo com a atenção presa em outros fatores, como as compras e os passeios feitos nos shoppings, o consumidor precisa estar atento aos objetos pessoais que carrega consigo. “Uma das principais condutas que as pessoas podem ter para tentar se prevenir de roubos e furtos em shopping centers e demais estabelecimentos comerciais, é procurar não andar com bens valiosos, bens materiais que possam ser facilmente subtraídos”, diz.
Shoppings devem oferecer proteção
Uma vez que o consumidor seja vítima de algum tipo de crime dentro dos shoppings, é possível obter indenização por todos os danos causados. Isso porque os estabelecimentos devem, conforme explica o advogado, oferecer segurança enquanto a pessoa estiver dentro do local. “O consumidor tem o direito de transitar dentro do shopping de forma segura, isso é uma obrigação do shopping. Então, uma vez ele sendo vítima de algum crime lá, ele deve buscar as autoridades, logicamente e pedir as imagens de segurança”, diz.
O recurso é para que o cliente comprove a empreitada criminosa e tenha em mãos o material antes dele ser apagado (há um tempo estabelecido em cada centro de compras). “Isso é para que ele [o consumidor] possa tentar qualquer ação e identificação, seja contra o shopping, algum lojista ou, até mesmo, contra a pessoa que perpetuar a ação criminosa. É necessário que ele busque a própria administração do shopping pra relatar isso, para que seja feito um registro interno e garantir a preservação das imagens”, destaca.
Número de casos reflete falta de preparo nos estabelecimentos, diz especialista
Somente em janeiro de 2023, o número de ocorrências envolvendo roubo e furto em shopping centers de Belém já chega a 12% do total registrado em 2022, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup). No ano passado, foram 378 casos ao longo de 12 meses. Para Brenno, essa é uma consequência da falta de segurança nos estabelecimentos e da fácil percepção de criminosos desse déficit de efetivo necessário para garantir o bem estar do consumidor.
“O crime acontece a partir do momento em que o agente criminoso percebe a oportunidade, que ele consegue realizar qualquer conduta criminosa com o mínimo de risco e o máximo de eficiência. A partir do momento que ele visualiza essa oportunidade, ele passa a atuar de forma mais constante, então, pode ser que devido a uma visualização de que aquela segurança não está completamente treinada, realmente realizando seu serviço de guarda e vigilância dos consumidores e de todo que transitam, esse pode ser um fato”, ressalta.
A resposta frente aos dados deve ser vista em uma melhora tanto de treinamento, quanto de qualificação por conta dos centros comerciais. “Por consequência, deve a administração do shopping promover ações que reforcem a sua segurança, seja por videomonitoramento, por qualificação profissional dos agentes que fazem a segurança interna, seja pela contratação de mais funcionário, de forma a fazer com que eles consigam combater ou, também, transparecer para o criminoso que aquele shopping possui uma estrutura de suficiente para prevenir e reprimir qualquer conduta errada”, finaliza.
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