Acusado de matar casal na Pedreira é preso na sede da Guarda Municipal de Belém
O guarda municipal segue em silêncio, mas confirmou que havia um desentendimento histórico com as vítimas
O guarda municipal Paulo Sérgio Moraes Queiroz, de 38 anos, suspeito de assassinar a tiros o casal Marcos Vinícius Barbosa Brandão e Deborah Lima de Assunção, foi preso na manhã desta quinta-feira (22), na sede da Guarda Municipal de Belém (GMB). Ele foi apresentado na Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil (PC), no bairro de São Brás. Ele responderá pelo duplo homicídio com o agravante de ter sido por motivo fútil: uma discussão por som alto.
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O delegado Luís Xavier, da DH, explicou que o mandado de prisão só foi expedido pelo Judiciário na tarde de quarta-feira (21), por isso, Paulo Sérgio não havia sido preso antes, quando se apresentou à Polícia Civil, na segunda-feira, 19. Na ocasião, o suspeito também não depôs, reservando-se o direito de permanecer calado e não produzir provas contra si mesmo, conforme explica o delegado:
"Segunda-feira ele esteve aqui conosco, foi apresentado pelo advogado. Mas como não estava em situação flagrancial e ainda não havia mandado contra ele, ele foi apenas ouvido, mas, na verdade, se recusou a falar - o que é um direito constitucional - e foi liberado", relata o delegado Luís Xavier.
Na manhã desta quinta, Paulo Sérgio estava na sede da GMB, recebendo atendimento psicossocial quando recebeu voz de prisão. Segundo o delegado, não houve resistência por parte do suspeito, que seguiu em silêncio, assim como no dia em que se apresentou à polícia.
Questionado sobre a demora para emissão do mandado de prisão, o delegado Luís Xavier explica que foi um tempo considerado normal, uma vez que o crime não foi imediatamente denunciado pela família das vítimas e houve um período de investigação, antes da decisão judicial:
"Tudo aconteceu num final de semana. Já era madrugada quando se tomou conhecimento do caso. Na segunda-feira, a delegada começou a ouvir as pessoas, mas a família das vítimas não veio no dia porque ainda estava velando os corpos e nós tivemos essas dificuldades. Entretanto, assim que a delegada ouviu as pessoas, solicitou a prisão preventiva que foi deferida após a análise do Ministério Público, no fim da tarde de ontem", completou o delegado.
Historicamente, destaca Xavier, Paulo Sérgio e os vizinhos assassinados tinham problemas de relacionamento por conta do som alto. Discussões ocorriam com frequência e havia até um processo judicial sobre o caso. Ainda assim, o delegado reforça que o guarda municipal responderá pelo crime segundo o Art. 121 do Código Penal, agravado por motivo fútil.
De acordo com as últimas informações do delegado Luís Xavier, ainda na tarde desta quinta-feira, o guarda municipal Paulo Sérgio Moraes Queiroz passará por exame de lesão corporal, protocolo policial de praxe, e depois disso ficará à disposição da Justiça.
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