Ufopa vai produzir fitoterápicos para tratar a saúde mental

Farmácia da Ufopa aguarda apenas a liberação da Anvisa para iniciar a produção

Ândria Almeida

A Farmácia Universitária da Ufopa (FarmaUfopa) aguada a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para dar início a produção de medicamentos fitoterápicos como opção terapêutica para tratar a saúde mental; a expectativa é que a produção comece no mês de setembro. A iniciativa faz parte de parceria do Instituto de Saúde Coletiva (Isco) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Cáritas da Arquidiocese de Santarém e a Congregação das Irmãs Franciscanas de Maristella.

image FarmaUfopa produzirá em seu laboratório, inicialmente, mil tratamentos (Ândria Almeida)

A matéria prima dos fitoterápicos será a folha do maracujá e a equipe de pesquisa já está em conversa com duas comunidades para receber esses insumos. As comunidades ribeirinhas, Surucuá e Parauá, localizadas na Reserva Extrativista Tapajós Arapiuns trabalham no cultivo do maracujá, atualmente, há 1.350 mudas do fruto. 

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Para a fabricação dos medicamentos, as folhas do maracujá vão passar pelo processo de transformação de planta medicinal em droga vegetal, o que envolve várias etapas como, secagem, limpeza, esterilização, cominuição (moagem) e tamisação (peneiramento) para manipulação dos mesmos. Já os frutos do maracujá serão comercializados pelos agricultores, o que deve fomentar a economia.

Para o graduando de farmácia da Ufopa, Hendrick Sousa, que atua na farmácia universitária como bolsista do programa de extensão da universidade, participar do projeto é uma oportunidade de adquirir conhecimento para atuar no mercado de trabalho após a formação..

 “A farmácia universitária traz para nós graduandos traz a expectativa de que a gente possa desenvolver nossas habilidades técnicas enquanto estudante dentro de uma produção de fitoterápicos. Essa experiência gera conhecimento da fabricação do fitoterápico que levaremos até os pacientes”, relatou.

A licença sanitária municipal necessária para a manipulação de medicamentos, que é reconhecida dentro do modelo de Farmácia Viva, previsto pela Resolução RDC nº. 18 da Anvisa, foi obtida em julho deste ano pela Farma Ufopa. Agora, falta a licença da Anvisa que deve sair nos próximos dias.

Como nasceu a pesquisa?

O projeto de “Promoção da Saúde Mental em Momentos de Pandemia” foi feito por meio da fitoterapia em comunidades de Santarém. O projeto teve a motivação de observar  as comunidades em situação de vulnerabilidade social atendidas pela Arquidiocese do município, que durante esse período pandêmico tiveram algum impacto na saúde mental. 

O custeio da produção dos medicamentos será feito por meio de um acordo de cooperação com a Arquidiocese local, onde foram destinados 15.000 euros advindos da Missionszentrale der Fransizkaner – em Bonn, Alemanha.

Indicações 

De acordo com o diretor do Isco, professor Dr. Wilson Sabino, que desde o início está à frente do projeto, alternativa pode ser usada, dependendo do estágio do paciente, como tratamento de primeira escolha, para tratar insônia leve, estresse e ansiedade.

“Temos um protocolo de prescrição onde dará apoio aos prescritores para entender em que momento essas pessoas estão para fazer a utilização do medicamento”, contou.

image Medicamentos devem ser distribuídos pelo SUS (Ândria Almeida)

Medicamentos devem ser distribuídos pelo Sus 

Ainda segundo o professor Wilson Sabino, os fitoterápicos deverão ser distribuídos gratuitamente aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). 

“Inicialmente vamos produzir cerca de mil tratamentos, o que não quer dizer que serão mil pessoas porque se 300 pessoas precisarem do tratamento por 3 meses, o que é preconizado, serão 900 tratamentos só aí”, enfatizou.

A meta inicial do projeto é atender às comunidades do Tiningu, na região do Planalto; São Pedro e Arapixuna, no Arapiuns; Surucuá e Parauá, no Tapajós; e Juá, Floresta e Amparo, na área urbana.

Próximo passo

O professor Wilson Sabino revela que a expectativa é que o projeto possa se consolidar e virar um programa efetivo dentro do município de Santarém e região. “Vai depender muito das parcerias com as prefeituras e isso envolve uma série de questões que são as contrapartidas”, enfatizou.

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