Ufopa participa de pesquisa com células-tronco para recuperar movimentos de para e tetraplégicos

Para o pesquisador, Walace Gomes Leal, os resultados da pesquisa são surpreendentes

Ândria Almeida

A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), de Santarém, em parceria com a Universidade da Califórnia, em San Diego (UCSD), está realizando uma pesquisa de transplante de células-tronco com objetivo de fazer paraplégicos e tetraplégicos andarem novamente.

image Neurocientista e professor da Ufopa, Walace Leal, mostra avanços da pesquisa (Ândria Almeida)

De acordo com o neurocientista e professor da Ufopa em Santarém, Walace Gomes Leal, a pesquisa está em fase avançada, e dentro de três anos poderá ser testada em humanos. Ele é um dos responsáveis pela pesquisa.

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O pesquisador Walace explica que as células troncos são responsáveis por produzir três tipos de células diferentes de origem neural. “O sistema nervoso normalmente não regenera. Uma das missões importantes dos cientistas é fazer ele regenerar novamente. Os novos neurônios são capazes de trazer os movimentos de volta para paraplégicos e tetraplégicos, além de pessoas que sofreram  Acidente Vascular Cerebral (AVC) que por Ventura tenham sequelas motoras”, declarou.

A pesquisa usa uma técnica de enxerto de progenitores neurais derivados de células tronco pluripotentes induzidas. Essa técnica ganhou o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 2012. Ela foi criada pelo pesquisador japonês Shinya Yamanaka, na Universidade de Kyoto, em 2006, no Japão.

“Para evitar discussões e problemas relacionados à ética por uso de células-tronco de embriões. Vamos usar as células criadas pelo Shinya, que são vendidas por algumas empresas para o uso em pesquisas científicas”, explicou o professor Walace.

image Pesquisadores acreditam que em três anos, os resultados poderão ser testados em humanos (Meramente ilustrativa /Reprodução/ Canva)

O pesquisador esclarece que para aplicação em humanos as células-tronco podem ser obtidas a partir de células adultas do próprio paciente que receberá os transplantes. Por hora, os estudos estão sendo feitos em primatas e no prazo de 3 anos deverá ser realizado em humanos.

"Essa é uma terapia celular, ou seja, substitui células perdidas e regenera o sistema nervoso, possibilitando a recuperação funcional. O produto da pesquisa é uma terapia que poderá ser aplicada em humanos com lesões recentes ou antigas. para a recuperação de função, pois além dos movimentos tem toda a parte das sensações que também poderá ser recuperada", enfatizou o neurocientista.

Resultados promissores

Walace conta que os resultados da pesquisa são surpreendentes.

“Alguns animais voltaram a andar de novo, com poucas sequelas. As células-troncos que são os progenitores neurais, nesse caso, são inseridas dentro de um gel de fibrina no local da lesão, normalmente após 10 dias da lesão na medula espinhal”.

O professor conta que dentro do gel existem fatores para garantir a sobrevivência dessas células. Ele afirma que o gel une toda a área da lesão impedindo que as células-tronco saiam do local.

“Aconteceu algo incrível, novos neurônios foram formados, com novas conexões, unindo os dois lados da medula espinhal e os animais tiveram recuperação tanto no tecido como recuperação funcional, começaram a andar de novo”, relatou.

O neurocientista explica que o tratamento não gera um resultado instantâneo.

“Dos macacos que foram transplantados, o grupo esperou nove meses para fazer a avaliação e em nove meses, as células formadas ainda não estavam em um nível adequado de formação morfológica, sendo necessário um tempo de sobrevida mais longo para avaliar”, explicou.

Ele alerta que existem algumas propagandas relacionadas a pesquisas que prometem a recuperação imediata dos movimentos. O que segundo ele, é irreal. “Mesmo que você recupere o circuito neural usando células tronco e formando novo circuito como o relé neural, vão ser necessárias abordagens de fisioterapia para que o novo circuito se torne funcional”, relatou.

Estágio da pesquisa

Atualmente, a pesquisa está em fase de finalização dos estudos nos Estados Unidos, sendo testada em primatas com lesões crônicas. A escolha, segundo o pesquisador, é para beneficiar todos os que têm lesões, não só os que sofreram alguma mais recentemente.

“Queremos dar esperança para as pessoas que têm lesões antigas também poderão ser beneficiadas por essa pesquisa. Finalizando essa fase, daqui há 3 anos a universidade da Califórnia vai iniciar a cirurgia em humanos através de neurocirurgia”, contou.

Grupo beneficiado

A pesquisa vai beneficiar as pessoas que sofreram algum trauma na medula espinhal e que ficaram paraplégicas ou tetraplégicas, além de vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) que por Ventura tenham sequelas motoras.

Os estudos, iniciaram em 1998 após o pesquisador Paul Lu, ter sofrido um acidente no ano de 1996 e ficado paraplégico. Desde então, Paul tem dedicado a vida a realizar o sonho de voltar a andar através da pesquisa.

“Na pesquisa o Paul induz o trauma experimental da medula em ratos, fazendo os animais ficarem paraplégicos e depois de 10 dias ele transplantou células-tronco neurais de várias fontes”.

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