Trecho da Praia do Atalaia continua interditado para carros e motocicletas durante ‘feriadão’
Medida garante proteção de cinco espécies de tartarugas marinhas, que utilizam a região para a desova
A faixa de areia da Praia do Atalaia, em Salinópolis, nordeste paraense, nas proximidades da Unidade de Conservação (UC) Monumento Natural do Atalaia, continua interditada para carros e motocicletas durante este feriado prolongado de Corpus Christi, entre os dias 8 e 11 de junho. A medida visa garantir a proteção de cinco espécies de tartarugas marinhas, que utilizam a região para a desova. Posteriormente, é na mesma área que ocorre a eclosão dos ovos.
A interdição é realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e conta com apoio de órgãos de segurança pública. O instituto destaca que o uso do local por banhistas e a passagem de pedestres rumo às barracas de alimentos e bebidas localizadas na área permanece autorizada. O mesmo vale para quem utiliza o local para a prática do surf, kitesurf e parapente.
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O bloqueio da área ocorre desde o carnaval. De acordo com o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, a operação não vai parar após o feriado, pois a atividade das tartarugas não para. “Por isso, contamos com a parceria de toda a sociedade que frequenta a área do bloqueio, para que continue não permitindo a entrada de veículos, a fim de resguardarmos e preservarmos as tartarugas, seus ovos e seus filhotes”, enfatizou.
Atualmente, a região interditada abriga mais de 500 ovos de tartarugas marinhas que estão sob os cuidados dos biólogos e pesquisadores do Projeto de Monitoramento de Desovas de Tartarugas Marinhas (PMDTM). Para garantir o crescimento seguro dos animais, o material foi transferido para um berçário previamente preparado na unidade de conservação, com o objetivo de prevenir a destruição por pisoteio, esmagamento de veículos e pelas marés.
Conservação
O diretor de Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, Clésio Santana, destacou que o local faz parte da Zona de Amortecimento do Monumento Natural do Atalaia, uma das 27 UCs gerenciadas pelo Instituto. O monumento é uma UC de Proteção Integral, criada para preservar os ecossistemas de manguezais, restingas e dunas do Atalaia.
“Este é um dos últimos locais preservados nessa área e que abriga diversas espécies de animais, entre mamíferos e uma rica avifauna residente e migratória, com atenção especial aos períodos de reprodução das tartarugas marinhas que sobem à Praia do Atalaia, no período noturno, para depositar seus ovos. Portanto, é dever de todos preservar esse paraíso natural em território paraense”, afirmou o diretor.
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