Hotéis do Pará já tem 50% de ocupação para as férias de julho, segundo ABIH
Associação aponta que a movimentação nos principais destinos do Estado pode chegar a 80%
A taxa geral de ocupação de reservas nos hotéis do Pará para as férias de julho já está em 50%. A expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-PA) é que índice chegue a 80% até o final do veraneio. Os principais destinos escolhidos são Salinas, Marajó, Mosqueiro e Bragança, com diárias que variam entre R$ 200 e R$ 1.500, dependendo da acomodação escolhida e do número de hóspedes.
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A segunda quinzena de julho é, geralmente, a de maior movimento, segundo a ABIH-PA. E é nesse período que se espera uma movimentação maior nos estabelecimentos do setor. Toni Santiago, presidente da entidade, afirma que esse cenário é normal e se repete todos os anos, uma vez que o público, composto na maioria por paraenses em férias, sempre deixa o planejamento para a última hora.
“Geralmente, o paraense, que é o nosso maior mercado, costuma deixar tudo para última hora. Já houve época em que isso era diferente. São Paulo e outros estados eram nossos maiores clientes. Mas, devido ao preço das passagens aéreas, hoje nosso público é mesmo do Pará. Então, é uma correria na semana anterior ou quinze dias antes desse período mais disputado para conseguir vaga”, comenta.
O contexto é diferente na Zona do Salgado, destino bastante visado no Pará. Toni afirma que os resorts de Salinas já estão todos reservados. "São multi propriedades operando lá. O ideal, então, é procurar hotel ainda em junho. Esperamos uma taxa de ocupação alta nos estabelecimentos localizados nessa região, como foi nos anos anteriores. Onde tem praia, é o foco. Nos finais de semana a lotação chega a 100% e isso só vai acontecer em julho”, frisa.
Preços tem justificativa, afirma ABIH
A reportagem de O Liberal apurou, em sites de reservas, que os preços médios de diárias em destinos locais, como Salinas, no terceiro final de semana de julho, estão variando entre R$ 290 e R$ 1.500. Em Fortaleza (CE), outro local muito buscado pelos paraenses, os valores estão mais acessíveis, na média entre R$ 190 e R$ 455, para o mesmo período. Toni explica que, nesse caso, a diferença de valores tem a ver com o tipo de turismo praticado.
“Aqui [no Pará], infelizmente, a gente não tem turismo de lazer. O nosso turismo é mais de eventos. Então, o que acontece é que, diferentemente de Fortaleza, que tem turismo o ano todo, nós temos só quando começa o verão, quando pára de chover. Se formos pegar o Marajó e Salinas, por exemplo, depois que acaba o carnaval, não tem mais ninguém nos hotéis. O pessoal começa a ganhar dinheiro para pagar as dívidas no segundo semestre”, diz.
Alta solicitação de reserva já é sentida em Salinas
A expectativa de fluxo alto já está animando o setor hoteleiro de Salinas. Thiago Borges, recepcionista de um hotel localizado na orla da cidade, destaca que o estabelecimento sente o aumento da procura e já está recebendo solicitações de reservas para todo o mês de julho. Em alguns finais de semana do mês, inclusive, o hotel já garantiu 50% de ocupação.
“Nas próximas semanas, a tendência é só aumentar, tanto a procura quanto a reserva em si. Estamos sentindo que do ano passado para cá deu uma melhorada na movimentação, na cidade e também no Atalaia. O fluxo está bem alto e, além disso, nossos preços estão bem acessíveis, tendo em vista que julho é mês de alta temporada. Dependendo da quantidade de pessoas no quarto, o valor aumenta, mas, em geral, são bons preços”, ressalta.
Marajó vive baixa procura
No caso do Marajó, por outro lado, os proprietários de hotéis locais dizem que a movimentação ainda é baixa. Pela projeção da ABIH, a expectativa para o setor hoteleiro na Ilha não tem acompanhado a do restante do Estado. Rosângela Barros, gerente de um estabelecimento em Soure, relata que investiu em em aplicativos de reservas, mas, até agora, não viu nenhum retorno significativo.
“Estamos com 30% de reserva e somente para a segunda quinzena de julho, que é sempre o melhor mês do ano, assim como dezembro e janeiro. Essas datas são ótimas para o turismo aqui na cidade. Então, estamos aguardando, né? A expectativa não é tão boa, mas temos esperança de que o movimento aqueça um pouco mais, agora que começou o verão e estamos estruturando o hotel para receber os clientes”,
Preço das passagens pode ser um fator
A empresária estima que o aumento no preço das passagens fluviais seja fator determinante para afastar os turistas da região. “Hoje, para chegar em Soure, as pessoas pagam uns R$ 500 de ida e volta. Fica difícil pra gente e prejudica o turismo. Ano passado, por incrível que pareça, estávamos mais otimistas. Todos aqui estamos passando por dificuldade, até os locais que vendem sorvete e os restaurantes. Enfim, estamos realmente aguardando a melhora”.
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