Transporte de veículos para o Marajó é reajustado em 10% nesta quarta-feira (26)
Reajuste foi acordado em reunião realizada na última segunda-feira (24/03) entre Ministério Público, Governo do Estado, empresa de transporte e comunidades de Salvaterra

Começou a valer a partir desta quarta-feira (26/03), o reajuste de 10% no preço das passagens dos veículos no transporte entre Belém e Salvaterra. O aumento valerá para carros de passeio, motos, caminhões, ônibus, vans, maquinário agrícola e sala executiva. Os valores para pedestre continuam R$ 30 na sala econômica, já a sala VIP teve reajuste para R$ 44. O reajuste ficou acertado após reunião na última segunda-feira (24/03) entre Ministério Público do Pará (MPP), Governo do Estado, a empresa de transporte e as comunidades de Salvaterra.
Quanto custa a travessia para o Marajó
Para os automóveis, os valores variam de acordo com o modelo.
- Carros populares custam entre R$ 193,00 e R$ 330,00 e moto R$ 71,00. O motorista não paga e cada passageiro a partir dos 6 anos e até 65 anos paga o valor de um pedestre.
- Os caminhões e carretas variam de acordo com o modelo, tamanho e o tipo de carga, indo desde R$ 334 até R$ 1575.
Todos os preços podem ser consultados no site da Henvil Transportes.
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Reajuste tarifário
Na última segunda-feira (24), o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio da promotora de justiça Juliana Freitas dos Reis, acompanhou a reunião que debateu o reajuste tarifário do transporte aquaviário na região do Marajó. O encontro, realizado em Salvaterra, reuniu lideranças quilombolas, caminhoneiros, representantes da Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos de Transporte do Pará (Artran), da empresa Henvil Transporte, além de autoridades municipais, estaduais e parlamentares.
Na última semana, os povos quilombolas e os caminhoneiros realizaram manifestação fechando as rodovias contra o aumento das passagens. Houve confronto com a Polícia Militar. Após suspensão do aumento e abertura de mesa de negociação, os piquetes foram desfeitos.
A principal pauta do debate foi a falta de transparência nos estudos tarifários apresentados pela Artran e os impactos econômicos do reajuste para comunidades quilombolas e caminhoneiros que dependem do serviço. Durante a reunião, também foram denunciadas restrições no acesso a serviços básicos nos portos, como banheiros, e a retirada de benefícios anteriormente concedidos aos caminhoneiros, a exemplo do uso de sala VIP, reservas automáticas, isenção para dois ajudantes e transbordo de cargas no porto.
Freitas reforçou a necessidade de que o aumento tarifário não comprometa o acesso da população mais vulnerável ao transporte. Inicialmente, a empresa Henvil propôs um reajuste de 11%, o que gerou forte resistência das lideranças comunitárias. Após negociações, chegou-se a um consenso para a aplicação de um reajuste de 10%, válido a partir de 26 de março de 2025, incidindo apenas sobre o transporte de veículos (carros de passeio, motos, caminhões, ônibus, vans, maquinário agrícola e sala executiva), sem impactar passageiros da classe econômica. O reajuste será aplicado nas linhas Icoaraci-Camará e nas travessias Soure-Salvaterra e Cachoeira do Arari-Salvaterra.
A Artran se comprometeu a, juntamente com a Seinfra, realizar uma nova licitação para a concessão do serviço, visando ampliar a concorrência no setor. Também foram mantidas algumas concessões aos caminhoneiros, como: o direito ao pagamento como “veículo vazio” para cargas de até 25% da capacidade do baú ou carroceria; o acesso ao porto até as 23h com bilhete de ida e volta; a permissão para saída para alimentação até esse horário; e a inclusão automática do bilhete dos ajudantes na passagem de ida e volta do caminhão.
O acordo foi firmado entre as partes envolvidas e será formalizado para execução conforme os prazos estabelecidos. O MPPA informou que seguirá acompanhando o caso e reforça o compromisso em garantir que o reajuste tarifário não prejudique a população marajoara.
A reportagem da redação integrada de O Liberal entrou em contato com a Seinfra e Artran sobre o reajuste das passagens e a nova licitação para concessão do serviço para ampliar a concorrência, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.
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