Superação: no Pará, maranhense se torna médico após período vivendo em situação de rua

O ginecologista e obstetra Domingos Costa conta como viveu nas ruas e lutou para conquistas o sonho de ser profissional da saúde

O Liberal
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O ginecologista e obstetra Domingos Costa, do Hospital Geral de Tailândia (HGT), no nordeste paraense, virou símbolo de superação. Anos atrás, ele se encontrava na condição de pessoa em situação de rua e, agora, atua como médico. Na terça-feira (18) foi celebrado o Dia do Médico e ele aproveitou para contar sua história de superação. 

Natural do município de Monte Altos, no Maranhão, Domingos, conta como viveu nas ruas e lutou para conquistas o sonho de ser profissional da saúde. 

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“Comecei tarde o meu caminho nos estudos. Aos 11 anos, aprendi a ler. Minha mãe foi até a quinta série; meu pai, analfabeto. Ainda na minha cidade, como era praticamente um vilarejo, estava longe de proporcionar uma condição boa para estudar. Eu rabiscava no chão, na areia, com um galho e ele [o avô] via isso, falou para o meu pai: ‘Esse menino precisa estudar!’. Foi então que passei a morar com o meu avô e estudei, de fato”.

Doutor Domingos, como gosta de ser chamado, conta que no posto de saúde onde costumava ir ficava imaginando um médico de jaleco, carregando uma mala preta. “Eu perguntava para a minha avó quem era aquele tal homem!? Ela dizia, é o médico da cidade. Eu achava bonito aquela roupa”, conta.

O médico harmonizava o estudo e o trabalho quando concluiu o ensino médio. “Depois que comecei a estudar, peguei gosto e nunca mais parei; cheguei ao ponto de pegar livros emprestados na biblioteca e estudar dia e noite em casa. Eu, com 15 anos, comecei a ministrar aulas para os jovens: português, redação e matemática. Com o dinheiro ao longo das aulas, aguardei um pouco para quando chegasse no tempo do vestibular, ter dinheiro para investir nos estudos fora da cidade”.

Período difícil na vida de Domingos

Aos 20 anos, ele se mudou para Goiânia para arriscar a sorte. Sem conseguir emprego e com o dinheiro acabando, a opção que apareceu para Domingos foi ter que viver nas ruas. ““Foi neste momento que não tive saída e fui parar nas ruas da capital de Goiás. Passou um tempo, com ajuda de algumas pessoas, que souberam da minha história, consegui sair das ruas”.

Ele ainda foi para São Paulo em busca do grande sonho. A medicina. Na capital paulista, trabalhou enquanto cursava direto e engenharia elétrica, mas percebeu que não aquilo que queria. eixou para trás as duas graduações e seguiu a caminhada do sonho em ser médico.

Aprovação no vestibular 

Aos 35 anos, Costa conseguiu a aprovação em 26º lugar no vestibular da Universidade Federal do Pará (UFPA) em medicina, no ano de 2008. Ele estudava sozinho em casa. 

“Foi difícil acreditar na aprovação, por tudo que passei. As pessoas diziam que eu nunca iria chegar ao sonho. Riam da minha decisão e diziam que era uma ilusão e não um sonho. Eu disse a mim que este ano seria a última tentativa. Estudei, tive muita adversidade e hoje, graças a Deus, sou médico a serviço do Estado e dos meus usuários”, concluiu.

 

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